DIASPÓRA AFRICANA: TECENDO RELAÇÕES ENTRE O CANDOMBLÉ E O ENSINO DE MATEMÁTICA

Palavras-chave: Candomblé. Matemática. Etnomatemática. Educação. Período Escravocrata

Resumo

Este artigo apresenta uma discussão teórica sobre a história dos africanos e dos afro-brasileiros, fazendo referências sobre o período escravocrata e trazendo as principais contribuições destes povos para a música, língua, dança, culinária, arte, matemática e religião. Tem-se como objetivo evidenciar os conhecimentos matemáticos praticados pelos africanos, a partir das análises das contribuições destes povos para a matemática formal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, onde se utilizou o mapeamento como procedimento de coleta, organização e análise de dados. As reflexões apontam que o processo que escravizou milhões de africanos de forma cruel e desumana, contribuiu para enriquecer culturalmente o país, visto que os conhecimentos destes povos não foram deixados nos seus lugares de origem, mas sim, vieram com os mesmos, e contribuíram para a identidade cultural brasileira. Ademais, coloca-se em evidência a escassez de pesquisas acadêmicas que relacionam candomblé e matemática.

Biografia do Autor

Fabrício de Souza de Oliveira, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Bacharel em Matemática pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Licenciando em Matemática pelo Instituto de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia (IFBA).

Zulma Elizabete de Freitas Madruga, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Doutora em Educação em Ciências e Matemática (PUCRS). Professora adjunta de ensino de Matemática no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Docente permanente dos Programas de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (UESC) e Educação Científica e Formação de Professores (UESB).

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Publicado
2023-03-15