DIASPÓRA AFRICANA: TECENDO RELAÇÕES ENTRE O CANDOMBLÉ E O ENSINO DE MATEMÁTICA
Résumé
Este artigo apresenta uma discussão teórica sobre a história dos africanos e dos afro-brasileiros, fazendo referências sobre o período escravocrata e trazendo as principais contribuições destes povos para a música, língua, dança, culinária, arte, matemática e religião. Tem-se como objetivo evidenciar os conhecimentos matemáticos praticados pelos africanos, a partir das análises das contribuições destes povos para a matemática formal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, onde se utilizou o mapeamento como procedimento de coleta, organização e análise de dados. As reflexões apontam que o processo que escravizou milhões de africanos de forma cruel e desumana, contribuiu para enriquecer culturalmente o país, visto que os conhecimentos destes povos não foram deixados nos seus lugares de origem, mas sim, vieram com os mesmos, e contribuíram para a identidade cultural brasileira. Ademais, coloca-se em evidência a escassez de pesquisas acadêmicas que relacionam candomblé e matemática.
Références
BEZERRA, K. História Geral das Religiões. 2011. Disponível em https://www1.unicap.br/observatorio2/wp-content/uploads/2011/10/HISTORIA-GERAL-DAS-RELIGIOES-karina-Bezerra.pdf Acesso em 15 de junho de 2022.
BEZERRA, J. História da Matemática. Disponível em https://www.todamateria.com.br/historia-da-matematica/ Acesso em 01 de março de 2022.
BIEMBENGUT, M. S. Mapeamento na Pesquisa Educacional. São Paulo: Ciência Moderna, 2008.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Porto, Portugal: Editora Porto, 2010.
BRANDÃO, A. F., 1618. Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
CAMPOMORI, M. J. L. O que é avançado em cultura. In: BRANDÃO, C. A. L. (Org). A república dos saberes: arte, ciência, universidade e outras fronteiras. Belo Horizonte: Ed.da UFMG, 2008. p. 73-80.
CASCUDO, L. C. História da alimentação do Brasil. Raiz cultura brasileira, 2020. Disponível em:
CASTRO, Y. P. Marcas de africania no português do brasil: o legado negroafricano nas américas. Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura, v. 24, n. 11, 2016.
CURI, L. F. B.; SAES, A. M. Roberto Simonsen e a modernização do Brasil da Primeira República. História Econômica & História de Empresas, v. 17 n. 2, 2014.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
FERREIRA, J. C. D. Jóias do Asé - Um estudo na perspectiva da etnomatenática. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. Ilhéus, 2015.
FERREIRA, J. C.; NEVES-ROGÉRIO, M. Joias do Asé: Sobrevivência, transcendência e etnogeometria relacionados à sua produção na comunidade Casa do Boneco de Itacaré. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, v. 10, n. 3, p. 59-77, 2017.
FERNANDES, F. A influência de línguas africanas no português falado no Brasil. MultiRio a mídia educativa da cidade, 2019. Disponível em:
GAARDER, J. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das letras, 2000.
GÓIS, A. J. As religiões de matrizes africanas: o Candomblé, seu espaço e sistema religioso, 2013.
GÓIS, A. J. As religiões de matrizes africanas: o Candomblé, seu espaço e sistema religioso. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 11, n. 29, p. 321-352, 27 mar. 2013.
GUEBERT, P. R. Diversidade cultural: a arte africana, afrobrasileira e indígena na educação básica. 2018. Disponível em https://repositorio.uninter.com/handle/1/175 Acesso em 29 de junho de 2022.
HENRIQUES, A. S. P.; FLORENTINO, C. R. R.; OLIVEIRA, G. B.; PORTO, M. S.; SILVA, R. G.; WURLITZER, S. M. M.; MACHADO, C. P. Sistemas matemáticos e ancestralidade negra: a base numérica binária e o jogo de búzios. In: ANAIS DA X MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA. Cachoeirinha, 2016.
LEITE, M. J. S. Tráfico atlântico, escravidão e resistência no brasil. Sankofa. Revista de história da África e de estudos da diáspora africana, v. 10, n, 19, 2017.
LUCCHESI, D. As duas grandes vertentes da história sociolinguística do Brasil. DELTA, São Paulo, v.17, n.1, p.97-130, 2001.
MADRUGA, Z. E. F. A criação de alegorias de carnaval: das relações entre modelagem matemática, etnomatemática e cognição. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, 2012.
MARTIN, D. C. Herança musical da escravidão, 2010. Scielo brasil. Disponível em:
MATTOS, R. A. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2007.
NASCIMENTO, A. O Quilombismo. Rio de Janeiro: Fundação Palmares/OR Editor Produtor Editor, 2002.
OLIVEIRA, F. S. Etnomatemática e Candomblé: a mística numérica por trás dos ritos. 2018. Departamento de Ciências Exatas – UESC, Ilhéus, 2018. Trabalho não publicado.
OLIVEIRA, F. S.; MADRUGA, Z. E. F. Etnomatemática e Candomblé: a mística numérica por trás dos ritos. Revista Educação Matemática em Foco. Polissemia Etnomatemática, v. 7 n. 2, 2018.
OLIVEIRA, F. S.; MADRUGA, Z. E. F. Ciência e Religião: a matemática nos jogos de búzios. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. Ilhéus, Bahia. XVIII EBEM, 2019.
PACIEVITCH, T. Capoeira. Infoescola, 2020. Disponível em:
REIS, J. J.; GOMES, F. S. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
SÀLÁMI, S. R. R. I. Exu e a Ordem do Universo. São Paulo: Oduduwa, 2015.
SANTOS, E. P. Formação de Professores e religiões de matrizes africanas – um diálogo necessário. Belo Horizonte: Nandyala, 2010.
SILVA, E. M. Religião, Diversidade e Valores Culturais: conceitos teóricos e a educação para a Cidadania. Revista Estudos da Religião, n. 2, 2004, p. 1-14.
SILVA, R. C. A. L. A arte afro-brasileira. Fragmentos do Cultura – Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 18, n. 2, 2008.
SILVA, P. C. S. S. A representação do negro na arte do Brasil colônia e suas relações com o estudo da cultura afro-brasileira na escola, 2015. Escola de Belas Artes UFMG, Belo Horizonte, 2015.
SILVA, J. C. L. da. Resumo Histórico-Econômico do Brasil: a Colonização Portuguesa; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/resumo-historico-do-brasil.htm. Acesso em 28 de junho de 2022.
SILVA, G. R.; FARIAS, L. M. S. Indagando a “História única” no ensino de frações por meio do olho de Hórus, um Deus do Kemet. ODEERE, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 151-166, 2021.
STRECKER, H. A culinária afro-brasileira: africanos enriqueceram a cozinha brasileira. Uol educação. 2021. Disponível em:
TREMURA, Welson. A influência africana na música brasileira: samba, 2016. Disponível em https://welsontremura.com/images/downloads/PT%20African_Influence_in_Brazilian_Music.pdf Acesso em 15 de junho de 2022.
VERAS, A. C. A. A escravidão no Brasil e formas de resistência negra. Encontros, v. 13, n. 25, 2015.
VARGAS, J. L. S. Uma abordagem etnomatemática sobre as implicações dos números no batuque do Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Porto Alegre, 2016.
VARGAS, J. L. S.; LARA, I. C. M. Etnomatemática e a cultura afro-brasileira: uma análise das implicações dos números no batuque do Rio Grande do Sul. In: VIII CONGRESO IBEROAMERICANO DE EDUCACIÓN MATEMÁTICA. Libro de actas. Madri, 2017.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).