REFLEXÕES SOBRE CONCEPÇÕES DE CRIANÇAS E INFÂNCIAS, E A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMO REDUTO E RESISTÊNCIA DAS INFÂNCIAS
Résumé
O artigo objetivou refletir acerca da relação entre concepções de crianças e infâncias, escola de Educação Infantil e a criança como ser de direitos, por meio da abordagem sobre a constituição histórica e teórica de tal concepção, com base na historiografia voltada para a história da infância e da educação, até o estabelecimento da noção do direito à infância e à escola, presentes nas prescrições legais e nos documentos que fornecem as diretrizes educacionais para a etapa da Educação Infantil, que defendem o reconhecimento da criança como um ser sócio-histórico e de direitos. Conclui-se que apesar dos avanços legislativos, superar a noção de criança e a Educação Infantil como compensatória, higienista, preparatória e/ou assistencialista, acarreta na necessidade de uma ampla consciência e investimento socieconômico e político sobre o real significado das infâncias, além do investimento em políticas de formação em consonância com os aportes científicos e teórico-metodológicos do campo.
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