ORALIDADE E ESCRITA: AFIRMAÇÃO E RESISTÊNCIA CULTURAL A PARTIR DE UMA OBRA LITERÁRIA INDÍGENA

Résumé

As narrativas de povos nativos da América nasceram com o objetivo de ensinar novas gerações a respeitar e preservar a história dos povos através dos tempos, superando a desinformação, os equívocos e os pré-conceitos que motivam as injustiças pelo "progresso" da sociedade capitalista. Esse artigo discute a ideia etnocêntrica do índio persistente no imaginário ocidental, que foram silenciados discursivamente e tiveram sua história invisibilizada socialmente, e para tanto, serão feitas considerações sobre a escrita indígena brasileira, produzida no contexto do século XX – XXI, como instrumento de afirmação e resistência cultural, analisando a relação entre a oralidade e a escrita a partir da leitura de “O Karaíba: uma história do pré-Brasil”, de Daniel Munduruku. Como instrumento metodológico, utilizamos pesquisa bibliográfica e análise interpretativa de obra literária. Desta maneira, problematizaremos o indígena na sociedade brasileira contemporânea, abordando a literatura indígena no Brasil e as relações entre a oralidade e a escrita.

Bibliographies de l'auteur

Braz Batista Vas, Universidade Federal do Tocantins

Doutor em História - UNESP (Franca). Professor Associado do Curso de História da UFT - Universidade Federal do Tocantins – Câmpus de Araguaína.

Daiana Roze Pajeú Silva Castro, ITPAC - Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos

Mestre em Estudos de Cultura e Território - UFT. Professora da Faculdade de Administração do UNITPAC – Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos.

Références

ALMEIDA, M.; QUEIROZ, S. Na captura da voz: as edições da narrativa oral no Brasil. Belo Horizonte: A Autêntica; FALE/UFMG, 2004.

ALMEIDA, S. A. C. Histórias de Índio, de Daniel Munduruku, e Will’s Garden, de Lee Maracle: Afirmando a Identidade Indígena pela Literatura. Monografia em Letras. 53f. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2008. Disponível em: http://www.humanas.ufpr.br/portal/letrasgraduacao/files/2014/08/Sandy_Anne_Almeida.pdf. Acessado em: 13/09/2017.

BANIWA, G. S. L. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil. [Coleção Educação para Todos]. Brasília/DF: MEC, 2006. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf. Acesso em: 07/12/2017.

BESSA FREIRE, J. R. A canoa do tempo: tradição oral e memória indígena. In: Taqui pra Ti. [Acervo de produção acadêmica]. 2008. Disponível em: http://docplayer.com.br/8372717-A-canoa-do-tempo-tradicao-oral-e-memoria-indigena-1.html. Acesso em: 06 dez. 2017.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

FERREIRA, A. C. Pinto Bailey. Uma nova Iracema: a voz da mulher indígena na obra de Eliane Potiguara. Revista Iberoamericana, v. LXXVI, núm. 230, p. 201-215, 2010. Disponível em: https://revista-iberoamericana.pitt.edu/ojs/index.php/Iberoamericana/article/.../6832. Acessado em: 13 de setembro de 2017.

FRAGOSO, J.; GOUVEIA, M. F.; BICALHO, M. F. (Org.). O antigo regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

GRAÚNA, G. Literatura: diversidade étnica e outras questões indígenas. Revista Todas as Musas, núm. 02, 2014.

___________. Literatura Indígena no Brasil contemporâneo e outras questões em aberto. Rev. Educação & Linguagem, v. 15, n. 25, 266-276, jan. - jun. 2012. Disponível em:< https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/view/3357/3078 >Acesso em: 07/12/17.

JUNQUEIRA, G. O. D. Legislação penal especial. 2 ed. São Paulo: Premier Máxima, 2008.

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MIGNOLO, W. La idea de américa latina. Tradução de Silvia Jawerbawn e Julieta Barba. Local: Gedisa Editorial, 2005.

MUNDURUKU, D. O Karaíba: uma história do pré-Brasil. São Paulo: Manole, 2010.

___________. Brasil deve olhar pra si mesmo. Instituto Ethos. Entrevista 2004. Disponível em: < http://cidadania.terra.com.br/interna/0,,OI308511-EI3453,00.html>. Acessado em: 25/11/2013.

NASCIMENTO, J. Processos Educativos: As Lutas das Mulheres Pescadoras do Mangue do Cumbe Contra o Racismo Ambiental. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Ceará: Fortaleza, 2014.

OLIVEIRA, R. C. A sociologia do Brasil indígena. Ed. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1972.

ONG, W. Oralidade e cultura escrita: A tecnologização da palavra. Campinas, SP: Papirus, 1998.

O’GORMAN, E. A invenção da América. São Paulo: Ed. da Universidade Estadual Paulista, 1992.

PETRONE, P. Native Literature in Canada: From the Oral Tradition to the Present. Toronto: Oxford University Press, 1990.

POMBO, O. Práticas Interdisciplinares. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 15, p. 233, jan/jun 2006.

ROMANO, R. Os mecanismos da conquista colonial. São Paulo: Perspectiva, 1995.

SANTOS, L. A. O. O percurso da indianidade na literatura brasileira: matizes da figuração. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

Publiée
2020-03-09
Rubrique
Artigos