A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE
Resumen
O estudo objetivou descrever as contribuições de uma experiência de mobilidade estudantil a partir do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) para a formação de estudantes da área da Saúde de uma universidade no sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada através das informações disponibilizadas pela CAPES referentes ao programa (nível nacional e local), e também através de entrevistas semiestruturadas com acadêmicos da instituição que saíram para o exterior entre os anos de 2014-2016. Entre os motivos para a participação estão a busca pela qualificação profissional através da aprendizagem de uma língua estrangeira e a oportunidade de vivenciar uma diferente cultura. Os estudantes sinalizaram que apesar dos benefícios acarretados com o CsF, a acolhida nas instituições não foi totalmente favorável em alguns locais, houveram dificuldades na organização curricular e na readaptação quando retornaram ao Brasil, e ainda, poucas oportunidades para compartilhar suas experiências com demais colegas e professores. Como principais contribuições para a formação estão a possibilidade de usufruir de um ambiente qualificado, com docentes altamente capacitados, aquisição de autonomia na aprendizagem, além do estabelecimento de redes de colaboração científica que auxiliam no desenvolvimento profissional. Ressaltamos a necessidade de um olhar aprofundado para programas como este, ouvindo diferentes experiências, para que haja uma valorização das estratégias de internacionalização que enfoquem no desenvolvimento do conhecimento e da formação.
Citas
ALENCAR-RODRIGUES, R.; STREY, M. N. Orquestrando vozes de gênero de estudantes estrangeiros/as latino-americanos/as. Psico, Porto Alegre, v. 41, n. 1, p. 47-56, jan./mar., 2010.
ALTBACH, P. G. Globalization and the university: myths and realities in unequal world. Tertiary Education and Management, Kluwer Academic Publishers, v. 10, 2001.
AVEIRO, T. M. M. O programa Ciência sem Fronteiras como ferramenta de acesso à mobilidade internacional. #Tear: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, Canoas, v. 3, n. 2. p. 1-21, 2014.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 4 ed. Lisboa: Edições 70, 2010.
BERGHOFF, S.; TABOADELA, O.; BRANDENBURG, U. The Erasmus impact study: effects of mobility on the skills and employability of students and the internationalization of higher education institutions. Luxembourg: Office of the European Union, 2014.
BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 19, 2002.
BRASIL. Decreto Nº 7.642, de 13 de dezembro de 2011. Institui o programa Ciência sem Fronteiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7642.htm Acesso em: 22 jul. 2020.
BRASIL. Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Painel de controle do programa Ciência sem Fronteiras. Brasília, DF, 2016. Disponível em: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle Acesso em: 22 jul. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Sinopse estatística do Enade 2016. Disponível em: http://inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-do-enade. Acesso em: 15 de set. 2020.
BUBADUÉ, R. M. et al. Participação em programa de intercâmbio internacional: contribuições da experiência de graduação-sanduíche em Enfermagem. Revista de Enfermagem da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. 3, p. 555-562, set./dez, 2013.
CANUTO, S. A. Um olhar científico sobre a relação de intercâmbio do estudante brasileiro em Portugal. Augusto Guzzo Revista Acadêmica, São Paulo, n. 14, p. 115-122, 2014.
CARRILLO, J. F. Searching for “Home” in Dixie: Identity and Education in the New Latin@ South. Educational Studies, London, v. 52, n. 1, p. 20–37, 2016.
CHAVES, V. L. J.; CASTRO, A. M. D. A. D. Internacionalização da educação superior no Brasil: programas de indução à mobilidade estudantil. Revista Internacional de Educação Superior, Campinas, v. 2, n. 1, p. 118-137, 2016.
CONTEL, F. B.; LIMA, M. C. A internacionalização da educação superior nos EUA: principais características. Revista Eletrônica de Negócios Internacionais, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 162-80, ago./dez. 2008.
FAGUNDES, C; LUCE, M. B; SILVEIRA, P. D. A qualidade da mobilidade de estudantes de graduação no “Ciência sem Fronteiras”. Ensaio: Avaliação e políticas públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 27, n. 105, p. 904-927, out./dez., 2019.
FINARDI, K.; PREBIANCA, G. Políticas linguísticas, internacionalização, novas tecnologias e formação docente: um estudo de caso sobre o curso de Letras-Inglês em uma Universidade Federal. Leitura (UFAL), Maceió, n.53, p. 129-54, 2014.
GUAZZELLI, M. E. et al. Internacionalização do Ensino Superior e as Instituições de Ensino Privado no Brasil. ABCS Health Sciences, Santo André, v. 40, n. 3, p. 294-299, 2015.
JUNIOR, M. O. J.; MATTOS, F. F. Ciência sem Fronteiras: Experiências discentes na odontologia. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 200-218, jul./dez., 2017.
KNIGHT, J. Internationalization remodeled: definition, approaches, and rationales. Journal of Studies in International Education. Sage Publications, v.8, n.1, 2004.
KNIGHT, J. Five Myths about Internationalization. International Higher Education, Boston, v. 62, p. 14-15, 2011.
KNIGHT, J. International Education Hubs: Collaboration for Competitiveness and Sustainability. In: PORTNOI, L.; BAGLEY, S. (Eds.) Critical Perspectives on Global Competition in Higher Education. Jossey-Bass, 2014.
LEASK, B. Internationalizing the curriculum. New York: Routledge, 2015, 198p.
LEITE, D.; GENRO, M. E. H. Avaliação e internacionalização da Educação Superior: Quo vadis América Latina? Avaliação, Campinas, v. 17, n. 3, p. 763-785, nov., 2012.
LIMA, M. C.; MARANHÃO, C. M. S. A. O sistema de educação superior mundial: entre a internacionalização ativa e passiva. Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas, v. 14, n. 3, p. 583-610, nov., 2009.
MARTINS-BORGES, L. Migração involuntária como fator de risco à saúde mental. Revista Interdisciplinar de mobilidade humana, Brasília, v. 21, p. 151-162, 2013.
MOROSINI, M. C. Estado do conhecimento sobre internacionalização da
educação superior- conceitos e práticas. Educar em Revista, Curitiba, n. 28, p. 1-9, jul./dez., 2006.
OLIVENCIA, J. J. L. La interculturalidad en el contexto universitario a través de las voces de estudiantes inmigrantes. Revista Electrónica Interuniversitaria de Formación Del Profesorado, Murcia, v. 17, n. 2, p. 155-166, 2014.
PAN, J.; WONG; D. F. K.; YE, S. Post-migration Growth Scale for Chinese International Students: development and validation. Journal of Happiness Studies, Holanda, v. 14, n. 6, p. 1639-1655, 2013.
PRIETO-WELCH, S. L. International student mental health. New Directions for Student Services, Ohio, n. 156, p. 53-63, 2016.
SANTOS, F. S.; ALMEIDA-FILHO, N. A quarta missão da Universidade: internacionalização universitária na sociedade do conhecimento. Brasília: Editora Universidade de Brasília; Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 238p., 2012.
SEIXAS, A. M. Políticas educativas para o ensino superior: a globalização neoliberal e a emergência de novas formas de regulação estatal. In: STOER, S. R. et al. (orgs.). A transnacionalização da educação: da crise da educação à educação da crise. Porto: Afrontamento. p. 211-239, 2001.
SPEARS, E. O valor de um intercâmbio: mobilidade estudantil brasileira, bilateralismo & internacionalização da educação. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, v. 8, n. 1, p. 151-63, 2014.
STALLIVIERI, L. Estratégias de internacionalização das universidades brasileiras. Caxias do Sul: EDUCS, 2004.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).