APRENDIZADOS SOBRE MATERNAGEM ATIVISTA A PARTIR DAS MÃES PELA DIVERSIDADE E DO PENSAMENTO FEMINISTA NEGRO

  • Kaito Campos de Novais Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: Feminismo negro. Maternidade. Raça. Gênero. Sexualidade.

Resumo

Este texto parte de uma inquietação que surgiu da leitura de pensadoras feministas negras: a pouca participação de mulheres negras entre as Mães pela Diversidade, associação composta por mães e outros familiares de pessoas gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, queers, não-binários, assexuais, intersexos e outras expressões de gênero (LGBT), que lutam em tangência ao movimento LGBT brasileiro contra as violências LGBTfóbicas no país. A fim de questionar de que forma a preponderância da branquitude e a ausência de diversidade racial é percebida, reforçada, invisibilizada, questionada ou combatida pelas ativistas, meu objetivo é iniciar uma revisão bibliográfica de alguns conceitos, críticas e experiências de feministas negras acerca do ativismo materno de mulheres negras, para que eu reoriente e amplie meu horizonte analítico, tornando-o mais pluriepistêmico nos estudos sobre as Mães pela Diversidade a partir da juntura de reflexões sobre gênero, sexualidade e raça.

Biografia do Autor

Kaito Campos de Novais, Universidade Federal de Goiás

Mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás (PPGAS-UFG). Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UFG.

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Publicado
2019-11-18