APRENDIZADOS SOBRE MATERNAGEM ATIVISTA A PARTIR DAS MÃES PELA DIVERSIDADE E DO PENSAMENTO FEMINISTA NEGRO
Abstract
Este texto parte de uma inquietação que surgiu da leitura de pensadoras feministas negras: a pouca participação de mulheres negras entre as Mães pela Diversidade, associação composta por mães e outros familiares de pessoas gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, queers, não-binários, assexuais, intersexos e outras expressões de gênero (LGBT), que lutam em tangência ao movimento LGBT brasileiro contra as violências LGBTfóbicas no país. A fim de questionar de que forma a preponderância da branquitude e a ausência de diversidade racial é percebida, reforçada, invisibilizada, questionada ou combatida pelas ativistas, meu objetivo é iniciar uma revisão bibliográfica de alguns conceitos, críticas e experiências de feministas negras acerca do ativismo materno de mulheres negras, para que eu reoriente e amplie meu horizonte analítico, tornando-o mais pluriepistêmico nos estudos sobre as Mães pela Diversidade a partir da juntura de reflexões sobre gênero, sexualidade e raça.
References
BAIRROS, Luiza. Nossos feminismos revisitados. UFSC: Revista Estudos Feministas, Ano 3, 2º Semestre, 1995. Pp. 458-463.
BARRETO, Raquel. Introdução – Lélia Gonzalez, uma intérprete do Brasil. In: GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras – Lélia Gonzalez em primeira pessoa. Rio de Janeiro: Diáspora Africana, 2018, pp. 12-27.
BENEVIDES, Bruna G; NOGUEIRA, Sayonara N. B.. Dossiê Assassinatos e Violência contra Travestis e Transexuais no Brasil em 2018. Associação Nacional De Travestis E Transexuais Do Brasil (ANTRA) Instituto Brasileiro Trans De Educação (IBTE), 2019.
BIRMAN, Patrícia e LEITE, Márcia Pereira. (orgs.) Um mural para a dor: movimentos cívico religiosos por justiça e paz. Brasília, Pronex/CNPq, Porto Alegre, Ed. UFRGS, 2004.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. LOLA Press nº 16, novembro, 2001.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade racial no Brasil. São Paulo: Selo negro, 2011.
CARREIRA, Denise. O lugar dos sujeitos brancos na luta antirracista. SUR 28 (2018), acesso 21 Jul. 2019. Disponível em: https://sur.conectas.org/o-lugar-dos-sujeitos-brancos-na-luta-antirracista/
COLLINS, Patricia Hill. Black Women and Motherhood. In: COLLINS, Patricia Hill. Black Feminist Thought – knowledge, consciouness, and the politics of empowerment. 2 ed. New York e London: Routledge, 2000, pp. 173-200.
COLLINS, Patricia Hill. Rasgos distintivos del pensamiento feminista negro. In: TRUTH, Sojourner; Et Al. Feminismos Negros: Una Apología. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012, pp. 99-135.
DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
EFREM, Roberto. Mata-mata: reciprocidades constitutivas entre classe, gênero, sexualidade e território. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Unicamp, 2017.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras – Lélia Gonzalez em primeira pessoa. Rio de Janeiro: Diáspora Africana, 2018.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Socias Hoje. Anpocs, 1984, pp. 223-244.
hooks, bell. Mulheres Negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n.16, pp.193-210, jan/abr 2015.
IPEA. Atlas da Violência 2019. Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019.
KILOMBA, Grada. The mask. In: Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism. Münster: Unrast Verlag, 2. Edição, 2010. Tradução de Jessica Oliveira de Jesus, publicada em: DE JESUS, J. A Máscara. Cadernos de Literatura em Tradução, n. 16, 10 maio 2016.
MÃES PELA DIVERSIDADE. Mães pela Diversidade – tire seu preconceito do caminho, queremos passar com nosso amor. Disponível em: https://maespeladiversidade.org/sobre/. Acesso em: 19/06/2019.
MEYER, Dagmar E. A politização contemporânea da maternidade: construindo um argumento. Revista Gênero. Niterói, v.6, n.1, p. 81-104, 2. sem. 2005.
NOVAIS, Kaito Campos. Gestos de amor, gestações de lutas: uma etnografia desenhada sobre o movimento Mães pela Diversidade. 2018.266 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.
PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017.
REZENDE, Claudia Barcellos e COELHO, Maria Claudia. Antropologia das emoções. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Lima Barreto: triste visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
STRATHERN, Marilyn. Necessidade de pais, necessidade de mães. Revista Estudos Feministas. Ano 3. Pp. 303-329. 2.sem.1995.
VIANNA, Adriana. As mães, seus mortos e nossas vidas. São Paulo: Cult – Revista Brasileira de Cultura, n.232, ano 21, março 2018, Pp. 36-39.
VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. A guerra das mães: dor e política em situações de violência instituci-onal. Cadernos Pagu: julho-dezembro, 2011.
WERNECK, Jurema. Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo In: Vents d'Est, vents d'Ouest: Mouvements de femmes et féminismes anticoloniaux [en línea]. Genève: Graduate Institute Publications, 2009.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).