O ENSINO DO INGLÊS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: EMBATES ENTRE LÍNGUA FRANCA E LÍNGUA DE FRONTEIRA

Palavras-chave: Políticas de currículo. Políticas de linguagem. Globalização. Ideologia.

Resumo

Escrito no contexto dos debates em torno da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o artigo tem como objetivo analisar problemáticas presentes nos embates entre colonialidade e decolonialidade do currículo em possíveis desdobramentos de sentidos produzidos pela obrigatoriedade da língua inglesa no documento em referência. Nos estudos teóricos dedicados à globalização como ideologia são destacadas ressonâncias no ensino do inglês como língua franca, sendo contraposta a esta a perspectiva a língua de fronteira. Conclui-se que desafios políticos e pedagógicos se apresentam quando a língua inglesa é admitida como única a ser ensinada no currículo das escolas brasileiras.  

Biografia do Autor

Kesley Vieira Ramos, UERJ/FFP

Doutora em Educação. Professora Associada da UERJ/FFP. Programa de Pós Graduação em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais.

Marcia Soares de Alvarenga , UERJ

Doutora em Educação. Professora Associada da UERJ/FFP. Programa de Pós Graduação em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais.

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Publicado
2020-03-09
Seção
Artigos