COMÉRCIO INFORMAL E BANALIZAÇÃO DA COMIDA
Resumo
Houve um crescimento notável do comércio informal de marmitas em cidades brasileiras recentemente. Um estilo de vida cada vez mais urbano tem gerado uma demanda crescente por refeições fora de casa, não apenas por conveniência ou prazer, mas, por imposição da vida. O consumo de marmitas é uma das expressões dessa realidade, a comida banalizada, precária e o estiolamento da ideia de comensalidade, as pessoas tendem, a cada dia, comerem de qualquer jeito desde que rápido e quase sempre sozinhas. Essa tendência cria um ambiente no qual a alimentação se torna uma mera função utilitária, perdendo sua conexão com a cultura e as relações sociais. O fenômeno do "comer qualquer coisa" ilustra essa dinâmica, evidenciando a redução do conceito de comida e a aceitação de alimentos não referenciados socialmente. Isso representa uma ode ao consumidor individual, ao mesmo tempo em que banaliza a importância e a qualidade da alimentação.
Referências
DÓRIA, C. A. A culinária materialista: construção racional do alimento e do prazer gastronômico. São Paulo: Editora SENAC, 2009.
DÓRIA, C. A. Formação da Culinária Brasileira: escritos sobre a cozinha inzoneira. São Paulo: Editora Três Estrelas, 2014.
DOYAL, L.; GOUGH, I. A theory of human need. London: MacMillan, 1991.
ESQUIVEL, L. Como água para chocolate. São Paulo: Best Bolso, 2015.
FISCHLER, C. El (h)omnívoro: el gusto, la cocina y el cuerpo. Barcelona: Anagrama,1995.
FONTENELLE, I. A. Cultura do consumo: fundamentos e formas contemporâneas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2017.
MONTANARI, M. Comida como cultura. São Paulo: Senac São Paulo, 2008.
OLMSTED, L. Real Food Fake Food. Chapel Hill: Alconquin Books of Chapel Hill, 2017.
POLLAN, M. Em defesa da comida: um manifesto. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2008.
POULAIN, J P.. Sociologias da Alimentação. Florianópolis: Editora UFSC, 2004.
STELZER, C. Dinner with Churchill: Policy-making at the dinner table. Hachette UK, 2011.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).