A TEORIA DA EMPRESARIZAÇÃO COMO APORTE À COMPREENSÃO DA REALIDADE EDUCACIONAL

Débora da Silva Olivo; Larissa Ferreira Tavares; Marcio  Silva Rodrigues

Débora da Silva Olivo Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) https://orcid.org/0000-0001-5482-6834
Larissa Ferreira Tavares Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) https://orcid.org/0000-0002-4962-9833
Marcio Silva Rodrigues Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) https://orcid.org/0000-0002-8810-7077

Palavras-chave: Teoria da Empresarização. Educação. Docentes.

Resumo

O presente estudo busca evidenciar no campo da Educação a Teoria da Empresarização, a fim de reconhecer esta perspectiva como um relevante aporte teórico que contribui para a compreensão e o debate em torno da atual realidade educacional. Justificado pela inserção em um contexto social no qual as práticas escolares, sobretudo as referentes ao trabalho docente, têm sido fortemente influenciadas pela ideia de empresa nas organizações, este artigo propõe-se a analisar o processo de empresarização como um fenômeno social que tem na produção de necessidades uma imposição econômica a qual tem redefinido, inclusive, as práticas na Educação. Para tanto, está metodologicamente construído a partir da inserção docente no nível fundamental da rede pública de ensino, associada a referências bibliográficas sobre a Teoria da Empresarização, as quais permitem elaborar uma possibilidade de interpretação dessa realidade.

Biografia do Autor

Débora da Silva Olivo, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

Doutoranda no Programa de Pó-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Peltoas (PPGS/UFPel), Mestra em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Atualmente é Professora na Rede Pública de Ensino.

Larissa Ferreira Tavares, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

Doutora em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina, Mestra em Sociologia pela Universidade Federal de Pelotas e Graduada em Administração pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é Professora Adjunta no Centro de Ciências Socio-Organizacionais (CCSO) na Universidade Federal de Pelotas (CCSO/UFPel).

Marcio Silva Rodrigues, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina, Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina e Graduado em Administração pela Universidade Federal de Rio Grande. Atualmente é Professor Associado no Centro de Ciências Socio-Organizacionais (CCSO) na Universidade Federal de Pelotas (CCSO/UFPel).

Referências

BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J. C.; PASSERON, J. C. O ofício de sociólogo; metodologia da pesquisa na sociologia. 5ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução: Mariana Echalar. 1. ed. Paris, France: Boitempo, 2016.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987. Disponível em Michel Foucault - Vigiar e Punir (pdf)(rev) (usp.br) Acesso em novembro de 2020.

LAVAL, C. A Escola não é uma empresa: o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo, 2019.

MAY, Tim. Pesquisa Social: questões, métodos e processos. Trad. Carlos Alberto Silveira Netto Soares. - 3.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2004.

PAGÉS, Max et al. O poder das organizações. São Paulo: Atlas, 1993.

RODRIGUES, M. da S. O novo ministério da verdade: o discurso de VEJA sobre o campo do Ensino Superior e a consolidação da empresa no Brasil. Orientadora: Rosimeri Carvalho da Silva. 2013. 410 f. Tese (Doutorado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.

RODRIGUES, M. S.; SILVA, R. C. da.; DELLAGNELO, E. H. L. O Processo de Empresarização em Organizações Culturais Brasileiras. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 66-85, jan./mar. 2014.

RODRIGUES, Márcio; CARVALHO, Rosimeri. Empresarização e Modernidade: a ideia de empresa no centro do mundo. Revista Brasileira de estudos Organizacoionais, 2019. Disponível em 147-940-1-PB (2).pdf. Acesso em 2020.

SANTOS, S.M. Autoetnografia e a Pesquisa Sociológica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ToAWN4U1rRg&t=55s. Acesso em: Dez/2021.

SILVA, A. F. Políticas de accountability na Educação Básica brasileira: um estudo do pagamento de docentes por desempenho. RBPAE - v. 32, n. 2, p. 509 - 526 mai./ago. 2016.

SOLÉ, A. A Empresarização do Mundo. (Traduzido). Paris: Le Cherche Midi, 2008.

SOUSA; A; OLIVEIRA, G; ALVES; L. Pesquisa Bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da Fucamp, v.20, n.43, p. 64-83, 2021.

TRAGTENBERG, M. Educação e Burocracia. São Paulo: UNESP, 2012.

WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. v. 2. São Paulo: Editora UnB, 2004.

WEBER, Max. Os fundamentos da organização burocrática: uma construção do tipo ideal. In: CAMPOS, Edmundo (org.). Sociologia da burocracia. 4.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.