“POR PRAZER E POR LAZER, MEU FAKE ME PROTEGE!” DISCUSSÕES SOBRE A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES NO APP GRINDR
Resumo
O texto disserta sobre produções de subjetividades, a partir dos usos do aplicativo Grindr, no qual os perfis fakes assumem diferentes modos de utilização. Enquanto metodologia foi elaborado um perfil, demarcada a distância referente à localização geográfica do município e, por fim, identificado sujeitos que não apresentavam fotos de rosto em seu perfil. O número foi de 32 usuários, aos quais foi enviada uma questão: O que te leva a produzir um perfil e não mostrar o rosto? Nas análises foi possível perceber que essas formas de interação social acarretam na defesa daqueles que as articulam, assegurando e ao mesmo tempo, postergando o contato olho no olho. Em relação às práticas sexuais ser passivo foi tomado, como justificativa para a não exposição destes sujeitos. Outras justificativas foram situadas nas possibilidades de macular ou depreciar a própria imagem pela possibilidade de expressar desejos sem se responsabilizar com consequências de outras ordens e garantir seu direito ao anonimato.
Referências
BUTLER, Judith. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo”. In. LOURO, G. L. [Org.]. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2ªed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003a, pp.151-172.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. [Trad.] AGUIAR, R.. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003b.
CONNEL, Robert W. Políticas da masculinidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, pp.185-206, jul./dez. 1995. Disponível em:
COSTA, Jurandir Freire. A inocência e o vício: estudos sobre o homoerotismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.
COUTO Edvaldo Souza; ROCHA, Telma Brito. Identidades contemporâneas: a experimentação de “eus” no Orkut. In.: A vida no Orkut: narrativas e aprendizagens nas redes sociais/ COUTO, E. S.; ROCHA, T. B. [Org.] - Salvador: EDUFBA, 2010. pp.13-32.
ERIBON, Didier. Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. Foucault e a análise do discurso em educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 114, nov. 2001. pp.197-223. Disponível em:
FONSECA, Márcio Alves da. Michel Foucault e a constituição do sujeito. São Paulo: EDUC, 2003.
FOUCAULT, Michel. “Prefácio à História da Sexualidade”. In: FOUCAULT, M. Ditos & Escritos IX: Genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. [Org.] MOTTA, M. B. da; [Trad.] CHIQUIERI, A. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014, pp.207-213.
FOUCAULT, Michel. “Lacan: o ‘Libertador’ da Psicanálise”. In: FOUCAULT, M. Ditos & Escritos I. Problematização do sujeito: Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise. 3ª ed. [Org.] MOTTA, M. B. da; [Trad.] RIBEIRO, V. L. A. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, pp.329-330.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 23ª ed. São Paulo: Graal, 2007.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e poder. In: Col. Ditos e escritos IV. Paris: Gallimard, 1994a.
FOUCAULT, Michel. Da amizade como modo de vida. In: Col. Ditos e escritos IV. Paris: Gallimard, 1994b.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir - História da violência nas prisões. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade III: o cuidado de si. 10 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade II: O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
GRINDR. Home. Disponível em:
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
JODELET, Denise. As Representações Sociais. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001.
JOHNSON, Richard. “O que é, afinal, Estudos Culturais?” In: SILVA, T. T. [Org. e Trad.] O que é, afinal, Estudos Culturais? 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004, pp.07-131.
LOURO, Guacira Lopes. “O potencial político da teoria queer. CULT, ano 17, Edição 193. São Paulo. pp.36-37, agosto de 2014.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. 3. ed. São
Paulo: Autores Associados, 2002. 100p.
MILLER, Jacques-Alain. “Michel Foucault et la psychanalyse”. In: FOUCAULT, M. Philosophe. Paris: Seuil, 1989.
POCAHY, Fernando Altair; DORNELLES, Priscila. Problematizando gênero e sexualidade em interlocução com educadoras/res de uma escola confessional-filantrópica. Revista Docência e Cibercultura, v. 3, p.127-150, 2019. Disponível em:
ROSE, Nikolas. Inventando nossos eus. In: SILVA, T. T. da. [Org.]. Nunca fomos humanos: nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, pp.137-204.
SANTOS, Alexandre. A indisciplina do desejo: corpo masculino e fotografia. 2002. Disponível em:
SARAIVA, Karla. “A fabricação dos corpos os chats”. In: WORTMANN, M. L. et al [Org.]. Ensaios em Estudos Culturais, Educação e ciência: a produção cultural do corpo, da natureza, da ciência e da tecnologia – instâncias e práticas contemporâneas. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2007. pp.53-76.
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo, Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2008.
SILVA, Tomaz Tadeu da. “Nós, ciborgues: O corpo elétrico e a dissolução do humano”. In. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. [Org. e Trad.] SILVA, T. T. da. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2012. pp.07-15.
STEINBERG, Shirley R. “Kindercultura: a construção da infância pelas grandes corporações”. In.: SILVA, L. H. da; AZEVEDO, J. C. de; SANTOS, E. S. dos. [Org.]. Identidade social e construção do conhecimento. Porto Alegre, PMPA, 1997.
VILLAVERDE, Sandoval. Corpo, lazer e natureza: elementos para uma discussão ética.
In: BRUHNS, H. T.; GUTIERREZ, G. L. [Org.]. Representações do
lúdico: II ciclo de debates “lazer e motricidade”. Campinas: Autores Associados, 2001. p.105-122.
WOODWARD, Kathryn. “Identidade e diferença: uma introdução teórica e cultural”. In: SILVA, T. T. da; HALL, S. [Org.]. Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes. 2005.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).