“POR PRAZER E POR LAZER, MEU FAKE ME PROTEGE!” DISCUSSÕES SOBRE A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES NO APP GRINDR
Abstract
O texto disserta sobre produções de subjetividades, a partir dos usos do aplicativo Grindr, no qual os perfis fakes assumem diferentes modos de utilização. Enquanto metodologia foi elaborado um perfil, demarcada a distância referente à localização geográfica do município e, por fim, identificado sujeitos que não apresentavam fotos de rosto em seu perfil. O número foi de 32 usuários, aos quais foi enviada uma questão: O que te leva a produzir um perfil e não mostrar o rosto? Nas análises foi possível perceber que essas formas de interação social acarretam na defesa daqueles que as articulam, assegurando e ao mesmo tempo, postergando o contato olho no olho. Em relação às práticas sexuais ser passivo foi tomado, como justificativa para a não exposição destes sujeitos. Outras justificativas foram situadas nas possibilidades de macular ou depreciar a própria imagem pela possibilidade de expressar desejos sem se responsabilizar com consequências de outras ordens e garantir seu direito ao anonimato.
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