O GRÊMIO ESTUDANTIL E OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA

Palavras-chave: Escola Pública. Grêmio Estudantil. Gestão Democrática. Participação.

Resumo

A participação do corpo discente é atualmente algo incentivado pelos sistemas de ensino, sendo que o principal meio é a atuação do grêmio estudantil, entidade representativa dos alunos. A gestão escolar, por sua vez, ao assumir um perfil democrático, deveria ser responsável em garantir a participação cidadã dos alunos e demais membros da comunidade na vida da escola. Logo, o objetivo central deste trabalho é analisar a percepção de atores do processo de constituição e existência de um grêmio estudantil bem como documentos oficiais que auxiliam a equipe gestora na sua implementação. Nossa hipótese é que o grêmio como entidade representativa, autônoma e deliberativa dos estudantes se dá mais por uma necessidade burocrática (senão obrigatória) do que como um compromisso efetivo com o desenvolvimento de alunos participativos e preocupados com o destino da escola. Para tanto, realizamos revisão bibliográfica acerca da gestão democrática escolar e do movimento estudantil, entrevistas semi-estruturadas com membros de um grêmio e gestores de uma escola pública estadual na Grande São Paulo e análise de documentos oficiais. Como aporte teórico, utilizamos os conceitos de democracia e participação, de Bobbio, Matteucci & Pasquino (1998) e Demo (1993), que postulam a participação social como “conquista”, opostos, pois, a posturas assistencialistas e centralizadoras que existem na escola. Também consideramos as contribuições de pesquisadores como Carlos (2006), Gadotti (2014) e Moura (2010), que abordam o grêmio estudantil e a gestão democrática na escola.

Biografia do Autor

Vinicius Ruiz Albino de Freitas, UFABC e UMC

Doutor em Ciências Sociais pela UNESP, professor da UFABC e professor colaborador do Mestrado em Políticas Públicas da UMC. 

Elioenai dos Santos Piovezan, UNIFESP

Mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP, professor da rede estadual de educação do Estado de São Paulo.  

Cristina Schmidt Silva Portéro, UMC

Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, professora da FABE e do Mestrado em Políticas Públicas da UMC.

Referências

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Publicado
2020-04-24