DESONRA: O BIOPODER E A COERÇÃO SOBRE AS MULHERES
Résumé
Conforme Roland Barthes, a língua é um instrumento de poder e de coerção social. A literatura consegue se desvencilhar dessa opressão, contrariando o poder instituído através da ficção e do uso das palavras de forma a oferecer novos sentidos a elas, como também relacionando-as aos diversos saberes presentes na ciência. Foucault nos apresenta uma visão relacionada, o que ele chama de biopoder, que é o poder exercido sobre os corpos das pessoas, através de variadas formas de opressão e imposição. Um dos grupos sociais que mais sofre com o biopoder são as mulheres, que em quase todas as sociedades humanas são relegadas à subserviência. Este artigo busca analisar estas formas de imposição de força sobre as mulheres em Desonra, uma obra literária de Coetzee, cujo protagonista apresenta uma forte formação machista, acreditando que as mulheres são inferiores.
Références
BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1987.
COETZEE, J. M. Desonra. Tradução de José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê?. Tradução de Laura Taddei Bandini. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. Volume I: A vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil. Tradução de Alex Martins. São Paulo: Martin Claret, 2006.
MIGUEL, Luis Felipe e BIROLI, Flavia. Feminismo e Política – Uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2015.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
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