IMPRENSA HEGEMÔNICA, RAÇA E GÊNERO: A INDICAÇÃO DE UMA MINISTRA NEGRA PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) E A ATUAÇÃO DE JANJA

Résumé

O presente trabalho busca analisar como a imprensa hegemônica brasileira está atuando no terceiro mandato do governo Lula, a partir de dois temas: a indicação de uma ministra negra para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a atuação da primeira-dama Janja. Para tal, foram coletadas postagens/posts na rede social “X” (antigo Twitter) de alguns veículos jornalísticos tradicionais. Todas as postagens foram analisadas a partir da Teoria do Agendamento (agenda-setting).  Em termos gerais, a imprensa brasileira é contraditória ao tratar da representação de grupos em cargos de poder, pois critica a atuação de Janja, o que demonstra a atuação que a imprensa exerce na reprodução de estereótipos de gênero, mas ao mesmo tempo, pressiona o governo para indicar uma mulher negra para o STF, uma pauta progressista. Entretanto, o objetivo dessas duas atuações jornalísticas é moldar a opinião pública, e, dessa forma, fomentar o antipetismo, ainda que de maneira controversa.

Bibliographies de l'auteur

Ana Paula dos Santos, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Graduada em Sociologia (UNIJUI), Mestra em Comunicação e Sociedade (UFT) e Doutoranda em Educação na Amazônia (UFT). Coordenadora de Desenvolvimento Estratégico da Universidade Federal do Tocantins (UFT). 

Francilazaro Santos Duarte, Universidade de Brasília (UnB)

Graduando em História pela Universidade de Brasília (UnB) – Campus Darcy Ribeiro.

Lorenzo dos Santos Konageski, Universidade de Brasília (UnB)

Graduando em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB) – Campus Darcy Ribeiro.

Luana Ainoã Viana de Souza, Universidade de Brasília (UnB)

Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB) – Campus Darcy Ribeiro.

Références

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JURIMETRIA. Avaliação do Impacto de Critérios Objetivos na Distinção Entre Posse para Uso e Posse para Tráfico: Um Estudo Jurimétrico. ABJ, 02 abr. 2019. Disponível em: https://abj.org.br/pesquisas/drogas-stf/. Acesso em: 25 set. 2023.

BAPTISTA, Érica Anita. Corrupção política e avaliação de governo: o caso da Lava Jato. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.11, n.32, p. 128-148, 2018. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/38307. Acesso em: 25 set. 2023.

BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. Caleidoscópio convexo: mulheres, política e mídia. São Paulo: Editora Unesp, 2011.

BIROLI, Flávia. Political violence against women in Brazil: expressions and definitions / Violência política contra as mulheres no Brasil: manifestações e definições. Revista Direito e Práxis, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 557–589, 2016. DOI: 10.12957/dep.2016.25164. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/25164. Acesso em: 25 set. 2023.

CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, 1989. Disponível em: https://chicagounbound.uchicago.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1052&context=uclf. Acesso em: 23 jun. 2023.

COLLING, Leandro. Agenda-setting e framing: reafirmando os efeitos limitados. Revista FAMECOS, [S. l.], v. 9, n. 17, p. 88–101, 2008. DOI: 10.15448/1980-3729.2002.17.3154. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/3154. Acesso em: 30 dez. 2023.

EMPOLI, Giuliano da. Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições. São Paulo: Vestígio, 2019.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.

FERREIRA, Giovandro Marcus. As origens recentes: os meios de comunicação de massa pelo viés do paradigma da sociedade de massa. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga (orgs.). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2011. cap. 5, p. 99-116.

FREIDENBERG, Flávia. Cuando hacer política te cuesta la vida: Estrategias contra la violencia política hacia las mujeres en América Latina. México: UNAM; IIJ; TE, 2017.

GALLIGAN, Yvonne. Gender and Political Representation: Current Empirical Perspectives. International Political Science Review, v. 28, n. 5, p. 557-570, 2007. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/20445117. Acesso em: 15 dez. 2024.

MCCOMBS, Maxwell. A Teoria da Agenda: a mídia e a opinião pública. Tradução: Jacques A. Wainberg. Petrópolis: Vozes, 2009.

PINHEIRO, Tiago Roberto; VIEIRA, José Carlos. A mídia brasileira no impeachment de dilma rousseff. Caderno da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança, v. 1, n. 2, p. 151-180, 2018. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/268170481.pdf. Acesso em: 25 set. 2023.

Publiée
2025-01-24