REVALORIZAÇÃO DOS SABERES AMAZÔNICOS EM SAÚDE: EXPLORANDO NOVAS POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS) NO CONTEXTO DECOLONIAL
Résumé
Este texto explora o movimento decolonial como uma abordagem crítica no campo da saúde. Desse modo, objetiva-se analisar saberes, cosmovisões, crenças, cuidados em saúde, do contexto amazônico, como possibilidade de se tornarem “Práticas Integrativas Complementares” (PIC). Metodologicamente, adota uma abordagem qualitativa, apoiada pelo levantamento bibliográfico. O embasamento teórico incorpora conceitos de decolonialidade propostos por diversos autores, como Quijano, Dussel, Escobar e Leite, Lima Junior e Souza. No que tange aos saberes amazônicos sobre saúde, o estudo se apoia nas abordagens de Maués, Barboza e Pezzuti. Além disso, a análise explora as "Políticas Públicas em Saúde", evidenciando a institucionalização de terapias alternativas e complementares. Por fim, ressalta-se a importância de políticas públicas de saúde que não marginalizem determinados saberes e que reconheçam e valorizem os ricos conhecimentos medicinais e os cuidados com a saúde típicos da região amazônica.
Références
BENTES, Rosineide da Silva. Medicina Tradicional Popular Amazônica (MTPA):seus saberes e praticantes. In: A Medicina Tradicional Popular Amazônica (MTPA) e Temas Afins. Série Vidas, vol. 1. Editora CRV. Curitiba, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2. ed. Brasília, 2015.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n. 849, de 27 de março 2017. Inclui a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de implantação de serviços de práticas integrativas e complementares no SUS. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018
FARIAS, Degiane da Silva. Entre o parto e a benção: memórias e saberes de mulheres que partejam. 2013. 136 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar) - Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança, Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Saberes na Amazônia, Bragança.
DUSSEL, Enrique. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciencias Sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Buenos Aires, 2005.
ESCOBAR, Arturo. Territórios da Diferença: A ontologia política dos “Direitos ao Território”. In: Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, Vol.35, p. 89-100, Dez. 2015.
FAVORETO, Cesar Augusto Orazem. A Velha e Renovada Clínica Dirigida à Produção de um Cuidado Integral em Saúde. Cuidado: as fronteiras da integralidade / Roseni Pinheiro e Ruben Araujo de Mattos, organizadores. – Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ, IMS ABRASCO, 2006
FERTONANI, Hosana, Pattrig.; PIRES, Denise Elvira. Pires.; BIFF, Daiane.; SCHERER, Magda Duarte Anjos. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, 20(6):1869-1878, 2015.
FILHO, Florên Almeida Vaz. Pajés, benzedores, puxadores e parteiras: os imprescindíveis sacerdotes do povo na Amazônia. Universidade Federal do Oeste do Pará. Santarém, 2016.
GONÇALVES. Carlos Walter Porto. Amazônia, Amazônias. São Paulo. Contextos, 2001.
LACERDA, Alda. VALLA, Victor Vincent. As Práticas Terapêuticas de Cuidado Integral à Saúde como Proposta para Aliviar o Sofrimento. Cuidado: as fronteiras da integralidade / Roseni Pinheiro e Ruben Araujo de Mattos, organizadores. – Rio de Janeiro: CEPESC/UERJ, IMS ABRASCO, 2006.
LEITE, José Carlos; LIMA JUNIOR, Luiz Gustavo de Souza. Cuidado em saúde: sujeito, saberes e a opção decolonial. RIF, Ponta Grossa/ PR Volume 13, Número 29, p.50-62, setembro 2015 - DOI -10.20423/1807-4960/rif.v13n29p50-62. IN. Acesso em 07/07/2023. Disponível em:
https://revistas.uepg.br/index.php/folkcom/article/view/18964/209209214895
LIMA JUNIOR, Luiz Gustavo Souza. "Cuidado em saúde e colonialidade do ser: perspectivas para um saber-fazer corporificado." Seminário apresentado em Humanidades em Contexto: Saberes e Interpretações, 2014.
LUZ, Madel. Cultura Contemporânea e Medicinas Alternativas: novos paradigmas em saúde no fim do século XX. Physis. 2005; 7(1):13-43.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. O Perspectivismo indígena é somente indígena? Cosmologia, religião, medicina e populações rurais na Amazônia. Dossiê -Amazônia: Sociedade e natureza, v17n1p33, 2012.
MAUÉS, Raymundo Heraldo.; MAUÉS, Maria Angelica Mota. O modelo da "reima": representações alimentares em uma comunidade amazônica. Anuário Antropológico, v. 2, n. 1, p. 120–147, 2018
MINAYO, Maria Cecília Souza. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade - Petrópolis: Vozes, 2009.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder: eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Clacso: Buenos Aires, 2005.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES. Maria Paula [orgs.]. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010
SOUSA, Gamaliel Tarsos de. Arranjos Produtivos e Saberes Ecológicos em Áreas de Reservas Extrativistas do Litoral Nordeste do Pará. 2020. 158 f. Dissertação (mestrado Interdisciplinar) - Universidade Federal do Pará, Linguagens e Saberes na Amazônia, Campus Universitário de Bragança.
WHO. General Guidelines for Methodologies on Research and Evaluation of Traditional Medicine. Genebra: WHO Press, 2000. Disponível em:
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).