OS SEGREDOS EM CUMEIA: UMA ANÁLISE ICONOGRÁFICA DA SIBILA DE MICHELANGELO
Résumé
O objetivo deste artigo é investigar como o conhecimento da natureza do corpo, resultante da cultura renascentista, foi registrado por Michelangelo no teto da Capela Sistina. Por muito tempo, o corpo não foi identificado como objeto de estudo, mas acreditando na potencialidade deste como elemento cultural e social é que se construiu este trabalho. A escolha pelo Renascentismo se deu pelo desenvolvimento de conhecimentos das ciências naturais em efervescência neste período. Michelangelo, artista renascentista, pintou no teto da Capela Sistina personagens bíblicos e históricos, dentre eles a sibila Cumeia, demonstrando todo seu conhecimento devocional aos registros cristãos. A pesquisa se caracteriza como bibliográfica, e, para o exercício reflexivo, a iconografia, estudada e defendida por Erwin Panofsky (1892–1968), foi utilizada. Acredita-se que na pintura da sibila Cumeia o artista tenha deixado à humanidade o conhecimento da natureza do corpo, na religiosidade e na devoção cristã.
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