RASTROS DE RELIGIOSIDADE NAS LETRAS DAS CANÇÕES DE NANDO CRUZ
Résumé
Arte e religião são partes integrantes do ser, apresentam-se como uma necessidade básica. A música, bem como outras linguagens artísticas, mantém um diálogo muito próximo com outras áreas do conhecimento, tais como a sociologia, a filosofia, a literatura e a religião. Dessa forma, a relação entre música, religião e espiritualidade torna-se, em alguns casos, muito próxima. A Música Popular Brasileira – MPB reúne elementos da diversidade cultural existente no país, com forte presença de sincretismo religioso nas produções musicais de vários compositores, desse modo, para além de conceitos, dialoga frequentemente com a literatura. Assim, neste artigo, objetiva-se analisar os rastros da religiosidade presente na criação musical do cantor e compositor tocantinense Nando Cruz, detendo-se na relação entre a expressão do sagrado e a poesia nas letras das canções do artista. Para tanto, foi realizado um estudo das letras de quatro canções, bem como consultas a acervos existentes sobre a temática. Quanto ao tipo de pesquisa, optou-se pela qualitativa, uma vez que se busca apresentar o estudo de forma descritiva com base em análises das letras das músicas, bem como das acepções de teóricos que embasam a pesquisa, tais como Maurício José Laguárdia Campomori, Ernst Fischer, Mircea Eliade, entre outros.
Références
ARMSTRONG, K. Uma história de Deus: quatro milênios de busca do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Tradução: Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ANDRADE, M. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Companhia Das Letras. São Paulo, 2016.
ANDREWS, T. Sons Sagrados. Tradução Mariza Rizolin. São Paulo: Editora Mandarim, 1996.
BAUMAM, Z. Ensaios sobre o conceito de cultura. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
BOFF, L. Experimentar Deus. São Paulo: Vozes, 2012.
BARROS, H. Era de Peixes x Era de Aquário. Carta Maior. Porto Alegre, 2003. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia-e-Redes-Sociais/Era-de-Peixes-X-Era-de-Aquario/12/5947>. Acesso em: 17 out. 2020.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e cultura. São Paulo. 1972.
CANDIDO, A. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda, 2000.
CAMPOMORI, M. J. L. O que é avançado em cultura. In: BRANDÃO, Carlos Antônio Leite (Org). A república dos saberes: arte, ciência, universidade e outras fronteiras. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2008. p. 73-80.
CD Muçurana, de Nando Cruz. Ternário Produções Artísticas. Miranorte – Tocantins, 2021.
ELIADE, M. Origens: história e sentido na religião. Lisboa: Edições 70, 1989.
ELIADE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
FISHER, E. A necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1983.
LEAL, J. C. A Natureza do Conto Popular. São Paulo: Conquista, 1985.
NOGUEIRA, M. O Viés Emocional da Expressão Musical. Revista Música Hodie. Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 43-65. 2011.
PRIETO, Claudiney. Todas as deusas do mundo: rituais wiccanianos para celebrar a Deusa em suas diferentes faces. São Paulo: Gaia, 2003.
QUEIROZ, L. R. S. Performance musical nos Ternos de Catopês de Montes Claros. Tese (Doutorado em Música) - Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.
SARASWATI, S. S. Kundaline Tantra. Tradução de Uma Yogini Shira Mahadeva. Rio de Janeiro, 2010.
SPYCHIGER M. Música e espiritualidade. Disponível em: <http://revistarainha.com.br/.html>. Acesso em: 06 out. 2020.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).