DIÁRIOS DE AULA NA AUTOFORMAÇÃO DOCENTE: DISPOSITIVO PEDAGÓGICO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Résumé
Os diários de aula se colocam como dispositivo pedagógico, ao permitir uma análise reflexiva da história de vida e formação docente. As marcas do vivido em ato narrativo trazem significações para o construto da identidade docente e espelhamento à futura prática pedagógica dos licenciandos. Objetiva-se compreender a utilização do diário de aula como dispositivo pedagógico na trajetória autoformativa do Estágio Supervisionado. O caminho teórico-metodológico envolveu um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, entrelaçado a uma pesquisa-formação a partir da narrativa de si. A utilização dos diários de aula aportou o movimento de ‘reflexão sobre a ação’ como representação do vivido e sentido (emoções e dilemas), na implicação de saberes sobre produzir a pessoa (desenvolvimento pessoal), produzir a profissão (desenvolvimento profissional) e produzir a escola (desenvolvimento organizacional). Assim, a experiência com diários de aula colaborou no pensar e agir docente como dimensão da futura prática pela escrita reflexiva, evocando-se como dispositivo pedagógico.
Références
AUTOR., 2017.
AUTOR, 2021.
AUTOR, 2019.
ALMEIDA, Benedita. A escrita na formação continuada de professoras alfabetizadoras: práticas de autoria. 2007. 251f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.
ANASTASIOU, Lea das Graças. Camargos. Ensinar, aprender, apreender e processos de ensinagem. In: ANASTASIOU, L. das G. C. e ALVES, L. P. Processos de ensinagem na universidade. Joinville, Santa Catarina: Ed. Univilleb, 2003.
BALL, Stephen J.; GOODSON, Ivor. Eds. Teachers‟ Lives and Careers. London: The Falmer Press, 2.ªed. 1989.
BRONER, Ester Maria. A escrita de diários no processo de formação profissional. In: PRADO, Guilherme do Val Toledo; SOLIGO, Rosaura (org.). Porque escrever é fazer história: revelações, subversões e superações. Campinas, São Paulo: Alínea, 2007. p. 303-321.
FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Universidade e estágio curricular: subsídios para a discussão. In: ALVES, Nilda (Org.). Formação de professores: pensar e fazer. São Paulo: Cortez, 2011, p.57-76.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 30 ed. 2007.
FREITAS, Ana Lúcia Souza de. Diário de Aula. In: GRILLO, Marlene Correro et al. A gestão da aula universitária na PUCRS. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008a. p. 119-130.
GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de Professores: para uma mudança educativa. Porto-Portugal: Porto Editora, 2013.
GONÇALVES JÚNIOR, Marcos Antonio; CARVALHO, Dione Lucchesi de. Perscrutando Diários de Aulas e Produzindo Narrativas sobre a Disciplina Estágio Supervisionado de um Curso de Licenciatura em Matemática. Bolema, Rio Claro (SP), v. 28, n. 49, p. 777-798, ago. 2014.
JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004. 285 p.
JOSSO, Marie-Christine. A transformação de si a partir da narração de histórias de vida. Revista Educação, Porto Alegre, ano.30, v.63, n.3, p.413-438, set./dez. 2007.
JOSSO, Marie-Christine. Caminhar para si. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
LARROSA, Jorge Bondia. Tecnologias do eu e educação. In: TOMAZ, Tadeu (Org.). O sujeito da educação. Petropólis: Vozes, 2002, p. 35-86.
LIBERALI, Fernanda. O diário como ferramenta para reflexão crítica. 1999. 166 f. Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
MACEDO, Roberto Sidnei. Compreender/Mediar a formação: o fundante da educação. Brasília: Liber Livro Editora, 2010.
MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais – Um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. São Paulo: Atlas S.A, 2009.
NÓVOA, Antônio. A formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, António (org.). Os professores e sua formação. Lisboa: publicações Dom Quixote, 1992.
PÉREZ, Carmen Lúcia Vidal. Vozes, palavras, textos: as narrativas autobiográficas na formação de professoras-alfabetizadoras. Tese de Doutoramento. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação, 2002.
PIMENTA, Selma Garrido.; LIMA, Maria. Socorro. Lucena. Estágio e docência. 7ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2008.
PIMENTA, Selma Garrido.; LIMA, Maria. Socorro. Lucena. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis -Volume 3, Números 3 e 4, pp.5-24, 2005/2006.
PINEAU, Gaston. “A autobiografia no decurso da vida: entre a hetero e a ecoformação”. In: FINGER, M. e NÓVOA, A. 1988. O método (auto) biográfico e a formação. Cadernos de Formação1. Lisboa: Ministério da Saúde: pp.65-77.
RICOEUR, Paul. Teoria da interpretação. Trad. de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1996.
SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.
SCHÖN, Donald. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SILVA, Maria Helena Santos; DUARTE, Maria da Conceição. O diário de aula na formação de professores reflexivos: resultados de uma experiência com professores estagiários de Biologia/Geologia. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 1, n. 2, mai./ago., 2001.
SOUZA, Elizeu Clementino de. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A; Salvador, BA; UNEB, 2006.
THERRIEN, Jaques. Os saberes da racionalidade pedagógica na sociedade contemporânea. Revista Educativa, Goiânia, v. 9, n. 1, p. 67-81, 2006.
ZABALZA, Miguel. Diários de Aula: Contributos para o Estudo dos Dilemas Práticos dos Professores. Porto: Porto Editora, 1994.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
