NADA PARA ELAS OU SOBRE ELAS, MAS COM ELAS! PESQUISAS COM CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DO ESTADO DO PARÁ ENTRE OS ANOS DE 2017 A 2022

Resumen

A Pesquisa com crianças necessita compreender a criança como sujeito-histórico, de direitos, potente e protagonista. Mais que dar voz às crianças, é fundamental a escuta e a legitimação sobre o que elas estão dizendo. Este artigo traz para o debate, discussões em torno da realização de Pesquisas com Crianças da Educação Infantil nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu do Estado Pará. A metodologia utilizada foi a revisão de literatura de base bibliográfica, apresentando um mapeamento realizado no site da Capes teses e dissertações a respeito das estratégias de construção de dados presentes nas pesquisas com crianças realizadas no período de 2017 a 2022. Conclui se a necessidade em se discutir acerca das especificidades das pesquisas com crianças, pois não é tarefa fácil, requer um tempo precioso, escuta sensível, perceção das linguagens das crianças e, sobretudo, respeito à elas, garantindo sua expressividade e reconhecimento no processo da pesquisa.

Biografía del autor/a

Ana Shirley Ramos Santos, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Especialista em Gestão Escolar. Docente da Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação de Belém- SEMEC e Gestora Escolar na Secretaria Estadual de Educação do Pará. Mestranda do curso Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB) da Universidade Federal do Pará (UFPA). É Membro Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação, o INFANCE, vinculado ao Instituto de Educação (UFPA). 

Daniele Dorotéia Rocha da Silva de Lima, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutora em Educação em Ciências e Matemática pelo PPGECM/IEMCI/UFPA. Professora no Instituto de Ciências da Educação (ICED) da Universidade Federal do Pará. É membro do grupo de pesquisa de formação de professores (TRANS)FORMAR, vinculado ao IEMCI/UFPA. Credenciada no Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica - PPEB. Compõe o núcleo gestor do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação. É membro do Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita Flor do Grão-Pará. 

 

Citas

ALVES, A. J. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 77, p. 53-61, maio, 1991.

ALVES-MAZZOTTI, A. J. A “revisão bibliográfica” em teses e dissertações: meus tipos inesquecíveis – o retorno. In: BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Org.). A bússola do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. São Paulo: Cortez, 2002. p. 25-44.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução n. 196 de 10 de outubro de 1996. Brasília: CNS, 1996.

______. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Conselho Nacional de Saúde. Disponível em: Acesso em: 23 de outubro de 2022.

CRUZ, S. H. V. (Org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008.

DORNELLES, L. V.; FERNANDES, N. Estudos da Criança e Pesquisa com Crianças: nuances luso-brasileiras acerca dos desafios éticos e metodológicos. Currículo sem Fronteiras, v. 15, n. 1, p. 65-78, jan./abr. 2015. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol15iss1articles/dornelles-fernandes.pdf. Acesso em: 10 outubro. 2022

FERREIRA, M. M. M. “Branco demasiado” ou Reflexões epistemológicas, metodológicas e éticas acerca da pesquisa com crianças. In: SARMENTO, M.; GOUVEA, M. C. S. Estudos da infância: educação e práticas sociais. Petrópolis. Vozes, 2008, p. 143-162.

FERREIRA, M.; SARMENTO, M. J. Subjetividade e bem-estar das crianças: (in)visibilidade e voz. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, v. 2, n. 2, p. 60-91, nov. 2008.

FRANCÊS, Lyanny Araújo. Experiências de uma criança com TEA na Educação Infantil: sentidos atribuídos à escola. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Pará, 2020.

GOBBI, M. Desenho infantil e Oralidade: instrumentos para pesquisa com crianças pequenas. In: FARIA, Ana Lúcia G; DEMARTINI, Zélia; PRADO, Patricia (orgs.). Por uma cultura da infância. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2009, p.68-92.

GONÇALVES, Sileide de Nazaré Brito.Representações Sociais de Criança da Educação Infantil do Campo sobre a Diversidade Racial: conhecimento de si e do outro. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade do Estado do Pará, 2018.

GRAUE, E.; WALSH, D. Investigação etnográfica com crianças: teorias, métodos e ética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

JOBIM E SOUZA, S., & CASTRO, L. R. (2008). Pesquisando com crianças: Subjetividade infantil, dialogismo e gênero discursivo. In S. H. V. Cruz (Org.), A criança fala: A escuta de crianças em pesquisas (pp. 52-78). São Paulo: Cortez.

KRAMER, Sonia; PENA, Alexandra. Vulnerabilidade e ética na pesquisa em educação. In: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. Ética e pesquisa em Educação: subsídios. Rio de Janeiro: ANPED, 2019. p. 72-76.

KRAMER, Sonia; PENA, Alexandra; TOLEDO, Maria Leonor Pio Borges; BARBOSA, Silvia Néli Falcão (Orgs.). Ética: pesquisa e práticas com crianças na Educação Infanti l. Campinas: Papirus, 2019.

MARTINS FILHO, A.J.,Jeitos de ser criança: balanço de uma década de pesquisas com crianças apresentadas na Anped. . In: 33ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED. Anais Caxambu: Anped, 2010.

______________, A. J.; PRADO, P. D. (Orgs.). Das pesquisas com crianças à complexidade da infância. Campinas: Autores Associados, 2011.

NUNES, Maria de Fátima Rodrigues. “Aprende brincando”: a criança atuando entre o povo assurini do trocará, município de Tucuruí-PA. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Pará, 2017.

PEREIRA, Rita Marisa Ribes; GOMES, Lisandra Ogg; SILVA, Conceição Firmina Seixas. A infância no fio da navalha: construção teórica como agir ético. Educação Temática Digital, v. 20, n. 3, p. 761-780, 2018.

RIBEIRO, Feitosa Nilza Maria Cabral. “Elas são bonitas porque é minha família” Representações Sociais de Beleza de Crianças da Educação Infantil. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade do Estado do Pará, 2020.

RINALDI, C. A pedagogia da escuta: a perspectiva da escuta em Reggio Emilia. In EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a experiência de Reggio Emilia em transformação. Tradução Marcelo de Abreu Almeida. Porto Alegre: Penso, 2016, p.180- 247.

ROCHA, Eloisa Acires Candal. Por que ouvir as crianças? Algumas questões para o debate científico multidisciplinar. In.: CRUZ, Silvia Helena Vieira (Org.) A criança fala: a escuta de crianças e pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008, p. 43-51.

SALGADO, M. M.; MÜLLER, F. A participação das crianças nos estudos da infância e as possibilidades da etnografia sensorial. Currículo sem Fronteiras, v. 15, n. 1, p. 65-78, jan./abr. 2015. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol15iss1articles/muller-salgado.pdf. Acesso em: 09 outubro 2022.

SCRAMINGNON, Gabriela. A Pesquisa também é das Crianças: o retorno ao campo como resposta responsável. IN: KRAMER, Sonia (et al). Ética: Pesquisa e Práticas com crianças na educação Infantil. Campinas, SP: Papirus, 2019.

SILVA, J. P. da; BARBOSA, S. N. F.; KRAMER, S. Questões teórico-metodológicas da pesquisa com crianças. In: CRUZ, S. H. V. A criança fala. A escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008. p. 79-101.

QUINTEIRO, Jucirema. Infância e Educação no Brasil In: FARIA, A. L. G.; DEMARTINI, Z. B.F.; PRADO, P. D (orgs). Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2002 (Coleção educação contemporânea).

Teixeira. Assunção de Castro; LOPES. José de Sousa Miguel, LARROSA. M Jorge, a Infância vai ao Cinema, Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

VALENTE, Rosianne de Sousa. Eu ainda não falei, eu quero falar! – os sentidos de escrita atribuídos por crianças pré-escolares. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Oeste Pará, 2018.

VASCONCELOS, Jeyse Sunaya Almeida de. Vivências de crianças ribeirinhas da amazônia e seu processo de humanização na creche. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Oeste do Pará, 2018.

VASCONCELOS, T. M. Aonde pensas tu que vais? Investigação etnográfica e estudos de caso. Portugal: Porto Editora, 2016.
Publicado
2023-05-16