DIREITOS FUNDAMENTAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA NO BRASIL: AVANÇOS, LIMITES E DESAFIOS

Palavras-chave: Direitos Fundamentais. Crianças. Primeira Infância. Políticas Públicas. Marco Legal.

Resumo

Este artigo situa a atenção aos direitos fundamentais das crianças no âmbito das políticas púbicas no Brasil, desde a promulgação da constituição de 1988 até a sanção do Marco Legal para a Primeira Infância em 2016 e seus desdobramentos. As análises fundamentam-se na teoria crítica associada aos estudos sociais sobre as crianças, tendo como cerne de suas indagações a infância no contexto sociocultural e econômico nacional. Passadas mais de três décadas do estabelecimento da infância como Prioridade Absoluta, prevista na Carta Magna, as crianças brasileiras ainda têm sido elididas das políticas, suas vozes reiteradamente silenciadas e a garantia de seus direitos relegadas a segundo plano nas agendas políticas. Se por um lado temos um corpo legal bastante avançado comparativamente aos países de economia emergente, por outro lado, na prática houve retrocessos, especialmente com o arrefecimento das políticas sociais nos últimos anos.

Biografia do Autor

Magali Reis, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)

Pós-doutora e Doutora em Educação pela Unicamp. Atualmente é Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC- Minas). Coordena a Rede Iberoamericana de Pesquisa - Red Emilí@ e o Núcleo de Pesquisa Social: Teoria Crítica da Sociedade, Cultura e Infância (DGP/CNPq), e É membro associada da International Sociological Association (ISA), da Rede de Pesquisa Holland Alumni situada na Holanda, da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), e da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE), coordena a Sede Mineira do Grupo de Teoria Crítica e Educação, que está vinculado à Universidade de Frankfurt - Alemanha, à UFSCAr - São Carlos Brasil, Unimep - Piracicaba Brasil e Unesp - Araraquara Brasil.

Referências

ADORNO, Theodor; Ästhetische Theorie, Frankfurt: Suhrkamp, 1975.
ADORNO, Theodor. Negative Dialektik, Frankfurt : Suhrkamp, 1973
ADORNO, Theodor. Teoria da Semiformação. In: Pucci, Bruno; Lastória, Luis C. N. Teoria Crítica e Inconformismo: Novas Perspectivas de Pesquisa. Campinas: Autores Associados, CNPq, CAPES, 2010. (p. 7-40)
ADORNO, T., HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
ADORNO, Theodor. Sobre a lógica das Ciências Sociais. In: COHN, Gabriel (Org.) Theodor Adorno: Sociologia. Atica - Coleção Grandes cientistas sociais. Vol.54, 1986.
ADORNO, Theodor. O que significa elaborar o passado. In: ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000, p. 29-49.
ADORNO, Theodor. Sociologia e investigação social empírica. In: Theodor Adorno/ Max Horkheimer (Orgs.) Temas Básicos da sociologia. São Paulo. Cultrix/USP, 1977.
ADORNO, Theodor. Dialética Negativa. Rio de Janeiro. Zahar Editora, 2009.
BENJAMIN, W. Briefe. 1931-1934. Ed. R. Tiedemann, H. Schweppenhäuser. Frankfurt am Main, Suhrkamp-Taschenbuch Wissenschaft, 1998, v. IV.
BENJAMIN, W. Gesammelte Schriften. Ed. R. Tiedemann, H. Schweppenhäuser. Frankfurt am Main, Suhrkamp-Taschenbuch Wissenschaft, 1991, v. VI.
BENJAMIN, W. Passagens. Edição brasileira sob organização de Willi Bolle. Belo Horizonte/São Paulo, Editora UFMG/Imprensa Ofi cial do Estado de São Paulo, 2006.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado Federal/Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei nº 8069/90 de 13 de julho de 1990.Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Presidência da República. Casa civil. 1990.
BRASIL. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Lei n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – fundef. Diário Oficial da União, Brasília, df, 26 dez. 1996.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Nacional Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Subsídios para credenciamento e funcionamento das instituições de Educação Infantil. Brasília, 1998.
BRASIL. Resolução nº 01, de 07/04/1999. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: CNE/CEB,1999.
BRASIL. Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2000.
BRASIL. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2001.
BRASIL. Política nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à educação. Brasília: Secretaria de Educação Básica. Ministério da Educação, 2005a.
BRASIL. Proinfantil, 2005b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Dados capturados em dezembro de 2010.
BRASIL. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica, 2006
BRASIL. Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007. Dispõe sobre o FUNDEB, Brasília, DF, 21 jun. de 2007a.
BRASIL. Orientações sobre convênios entre secretarias municipais de educação e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos para a oferta de educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2009a.
BRASIL. Resolução nº 5, De 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília:
CNE/CEB, 2009b.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009. Dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2009c.
BRASIL. Relatório técnico do censo escolar 2010. Disponível em: http://www.inep.gov.br/download/censo/2010/divulgacao_censo2010_201210.pdf Dados capturados em janeiro de 2010(a).
BRASIL. Projeto de lei 8.035. Aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências. Brasília, 2010b.
CAMPOS, M. M.; FULLGRAF, J.; WIGGERS, V. A qualidade da educação infantil brasileira: alguns resultados de pesquisa. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n.127, 2006.
CORREA, B.C. Políticas de educação infantil no Brasil: ensaio sobre os desafios para a concretização de um direito. Jornal de Políticas Públicas. N. 9, jan-jul, 2011, p.20-29.
GRUSCHKA, Andreas. Frieza Burguesa e Educação. Campinas – SP: Autores associados, 2014.
HORKHEIMER, Max (1937). Teoria tradicional e teoria crítica. In: Adorno/Benjamin; Horkheimer/Habermas (1978). Coleção os pensadores. São Paulo: Abril Cultural.
HORKHEIMER, Max. O eclipse da razão. Rio de Janeiro: Labor do Brasil, 1976.
HORKHEIMER, Max. Teoria tradicional e teoria crítica. In: HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor W. Textos escolhidos. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
PUCCI, B. Teoria Crítica e Educação: 10 anos de história e de sonhos. Comunicações (Piracicaba), UNIMEP, Piracicaba, SP, v. 08, n.02, p. 163-169, 2004.
PUCCI, Bruno. A teoria da semicultura e suas contribuições à teoria crítica da educação. In: ZUIN, Álvaro Soares; PUCCI, Bruno; RAMOS-DE-OLIVEIRA, Newton. A educação danificada: contribuições à teoria crítica da educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes; UFSCar: 1997, p. 89-115.
VILELA, Rita Amelia Teixeira. Críticas e possibilidades da educação e da escola na contemporaneidade: lições de Theodor Adorno para o currículo. Educ. rev. [online]. 2007, n.45 [cited 2011-08-07], pp. 223-248
Publicado
2023-03-15