INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO: A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS
Resumen
O objetivo deste estudo foi compreender a percepção dos usuários de cadeira de rodas sobre a inclusão da pessoa com deficiência no trabalho. A pesquisa caracteriza-se como observacional descritiva, com análise e discussão de dados sob o paradigma qualitativo. O campo de estudo foi a Associação de Lesados Medulares do Rio Grande do Sul. Como instrumentos de pesquisa, aplicou-se uma entrevista semiestruturada e utilizou-se o diário de campo para registro de informações durante observação participante. Participaram oito adultos usuários de cadeira de rodas. Os resultados indicaram que a inclusão de usuários de cadeira de rodas é dificultada pelo fato de as empresas priorizarem a inclusão de pessoas com menor grau de limitações e deficiência. A falta de acessibilidade físico-estrutural predial e de adaptações no local de trabalho são fatores dificultadores em específico, para pessoas com deficiência motora, além das restrições ainda prevalentes de preconceito atitudinal em relação à diferença.
Citas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponibilidade em: http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf. Acesso em: 20 nov. 2019.
BAHIA, M. S. Responsabilidade social e diversidade nas organizações: contratando pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
BARTALOTTI, C. C. Inclusão Social das Pessoas com Deficiência:
utopia ou possibilidade?. São Paulo: Paulus, 2006.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 2001.
BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre, RS: CEDI – Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil, 2009.
BERTO, C. D.; BARRETO, D. B. M. Pessoas com lesão medular traumática: as alterações biopsicossociais e as expectativas vividas. Unoesc & Ciência, ACHS, Joaçaba, v.2, n.2, p. 174-183, 2011.
BRASIL. Lei n. 7.853. 1989. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 8.213. 1991. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 8.742. 1993. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 10.048. 2000a. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10048.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 10.098. 2000b. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 13.146. 2015. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
BRASIL. Decreto n. 5.296. 2004. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 20 nov. 2019.
CAMPOS, P. M. X. Deficiência e preconceito: a visão do deficiente. 2008. 91 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Brasília-UnB, Pós-graduação em Educação, 2008.
CARAPINHA, M. B. Trabalho para Todos: a integração profissional das Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho. 2015. 79 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia do Trabalho e Emprego). Instituto Universitário de Lisboa, 2015.
COSTA, V. A. A. A formação na perspectiva da Teoria Crítica da Sociedade: as
experiências dos trabalhadores deficientes visuais do serviço federal de processamento de dados. 2001. 398 f. Tese (Doutorado, Programa de Educação, História e Filosofia da Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2001.
COSTA, P. C. R. O Design de Costumização das Cadeiras de Rodas. 2012. 257 f. Tese (Doutorado em Design). Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Arquitetura. 2012.
COSTA, V. S. P. Representações sociais da cadeira de rodas na lesão da medula espinhal: de equipamento indispensável à expressão de autonomia. 2009. 133 f. Tese (Doutorado em Enfermagem Fundamental) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
FRANÇA, T. H. P. M. Deficiência e pobreza no Brasil: a relevância do trabalho das pessoas com deficiência. 2014. 336 f. Tese (Doutorado em Sociologia – Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo) – Universidade de Coimbra, Coimbra, 2014.
FREITAS, É. A.; REZENDE, M. M. S.; MARTINS, R. A inserção dos portadores de
necessidades especiais no mercado de trabalho. 2009. 44 f. Monografia (Curso de Psicologia). Faculdade de Ciências humanas e Sociais da Universidade Vale do Rio Doce. Governador Valadares. 2009.
GORZ, A. Metamorfoses do trabalho: crítica da razão econômica (2ª ed.). São Paulo: Annablume, 2007.
HEIDRICH, R. O.; BASSANI, P. B. S. Corpo e tecnologia: novos cenários para a inclusão social de pessoas com deficiência. Lecturas Educación Física y Deportes, v.126, p.16, 2008.
HEINSKI, R. M. M. S. Um estudo sobre a inclusão da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho. In: Encontro Anual da Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa Em Administração, 28, 2004. Anais... Curitiba: ANPAD. Disponibilidade em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 20 dez. 2020.
IIDA, I., GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia: projeto e produção (3ª ed.). São Paulo, SP: Blücher, 2016.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010. Disponibilidade em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_3.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2019.
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem (5ª ed.). Porto Alegre: Bookman, 2005.
LIMA, M. P.; TAVARES, N. V.; BRITO, M. J.; CAPPELLE, M. C. A. O sentido do trabalho para pessoas com deficiência. Rev. Adm. Mackenzie, v.14, n.2, p. 42-68, 2013.
LOBATO, B. C. Pessoas com deficiência no mercado de trabalho: implicações da lei de cotas. 2009. 150 f. Dissertação. (Mestrado em Educação Especial). Programa de Pós-Graduação em Educação Especial. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos: UFSCar, 2009.
MARCONDES, N. A. V.; BRISOLA, E. M. A. Análise por triangulação de métodos: um referencial para pesquisas qualitativas. Revista Univap, v. 20, n. 35, p. 201-208, 2014. Disponibilidade em: <https://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/228>. Acesso em: 01 fev. 2020.
MARTINS, J. A. Aspectos da experiência da deficiência física: uma abordagem sócio-antropológica. 2009. 146 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Universidade Federal de Mato Grosso, Mato Grosso, 2009.
MARX, K., ENGELS, F. A ideologia alemã. Portugal/Brasil: Presença e Martins Fontes., 1980.
MELLO, M. A. F. A tecnologia Assistiva no Brasil. In: OLIVEIRA, A. I. A.; LOURENÇO, J. M. Q.; LOURENÇO, M. G. F. (Orgs.). Perspectivas da tecnologia assistiva no Brasil: pesquisa e prática. Belém: EDUEPA, 2008.
MINAYO, M. C. S. Amostragem e Saturação em Pesquisa Qualitativa: Consensos e Controvérsias. Revista RPQ, v. 5, n. 7, p. 1-12, 2017. Disponibilidade em: <https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/82/59>. Acesso em: 14 mar. 2020.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, SP: Hucitec, 2014.
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F.; GOMES, M. R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade (27ª ed.). Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório mundial sobre a deficiência (OMS/WHO). São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2012. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44575/9788564047020_por.pdf;jsessionid=24392254295298D912C85EC3E714062C?sequence=4>. Acesso em: 28 nov. 2019.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2019. 1948.
PASTORE, J. Oportunidades de trabalho para portadores de deficiência. São Paulo: LTr, 2000.
PEREIRA, R. J. Anatomia da diferença: uma investigação teórico-descritiva da deficiência à luz do cotidiano. 2006. 174 f. Tese (Doutorado Em Saúde Pública) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional De Saúde Pública Sérgio Arouca, Rio de Janeiro, 2006.
RIBEIRO, M. A.; CARNEIRO, R. A inclusão indesejada: as empresas brasileiras face à lei de cotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Organizações & Sociedade, v.16, n.50, p.545-564, 2009.
ROCHA, A. L. C.; ECKERT, C. Etnografia: saberes e práticas. In: PINTO, C. R. J., GUAZZELLI, C. A. B (Orgs). Ciências Humanas: pesquisa e método. Porto Alegre: Editora da Universidade, p. 9-31, 2008.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos (7ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: WVA, 2006.
SIOTA, M. S.; ASHTON, M. S. G.; HEIDRICH, R. O. Turismo Inclusivo: as condições de acessibilidade em dois parques temáticos de Canela/RS, Brasil. Contribuciones a las Ciencias Sociales, v.1, n.1. 2015.
TANAKA, E. D. O., MANZINI, E. J. O que os empregadores pensam sobre o trabalho da pessoa com deficiência? Revista Brasileira de Educação Especial, v.11, n.2, p. 273-194, 2005.
THIRY-CHERQUES, H. R. Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa empírica de dimensionamento. Revista PMKT, v. 3, p. 20-27, 2009. Disponibilidade em: <http://www.revistapmkt.com.br/Portals/9/Edicoes/Revista_PMKT_003_02.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2020.
VASQUEZ, M. M. Avaliação de percepção de produtos destinados às pessoas com capacidades específicas (usuários de cadeiras de rodas): tecnologia assistiva e design ergonômico. 2017. 112 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2017.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).