A POSSIBILIDADE CONSTRUTIVISTA EM RELAÇÃO AOS OBJETOS PARA O ENSINO DE ELETRICIDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX

  • Bruno Bianchi Lopes Gonçalves Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Palavras-chave: Ensino de eletricidade. Objetos científicos. Método construtivista.

Resumo

Com a instituição da 5ª cadeira da Escola Normal de São Paulo, de francês, física e química, no ano de 1883, o estado começava a prescrever o ensino das ciências nas escolas de nível secundário paulistas. O ápice desse interesse aconteceu na década de 1890, com diversas disposições e leis aumentando a valorização desse tipo de ensino no estado. Ideias como a instituição da república e o método intuitivo disseminaram um modelo para o ensino de ciências e de física, os objetos científicos se tornaram imprescindíveis ao ensino. Com o estudo de Guijarro Mora, verificamos três significações e formas de utilização desses objetos, o demonstrativo-fenomenal, o pedagogo analítico e, por fim, a significação construtivista. As duas primeiras lidaram com objetos pré-fabricados, ou seja, comprados de fabricantes famosas no século XIX e XX. O terceiro significado, chamado de “construtivista” relevou uma nova forma de utilização dos objetos, nessa perspectiva os artefatos seriam concebidos dentro das unidades escolares. Temos como hipóteses que o professor realmente se interessa e propunha esse tipo de metodologia e uma outra relacionada a falta de capital financeiro de diversos colégios secundaristas do período. Para demonstrar a construção de objetos fabricados de dentro das unidades escolares, utilizamos os instrumentos de eletricidade presentes no Museu Escolar do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo.

Biografia do Autor

Bruno Bianchi Lopes Gonçalves, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Mestre em Educação: História, Política, Sociedade, PUC-SP.

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Publicado
2021-05-04