LINGUAGENS E SABERES AFRO-INDÍGENAS EM CONTEXTO DE ENSINO NA AMAZÔNIA (MUSEU DO MARAJÓ/PA)

Palavras-chave: Multilinguismo. Cultura. Educação.

Resumo

Este trabalho surgiu de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Pará, concluída em 2019. Tendo O Museu do Marajó como lócus de trabalho, apresentamos um estudo que objetiva uma reflexão sobre a presença afro-indígena no Marajó a partir do que fora representado por Giovanni Gallo no acervo permanente do museu. Sendo o acervo constituído por artefatos denominados de Computadores do Caboclo Marajoara que se tornaram atração turística devido à singularidade de sua composição material, seu conteúdo, e dispositivos interativos. Por meio de uma abordagem qualitativa com pesquisa do tipo bibliográfica e vivência em campo, analisamos os dados obtidos sobre perspectiva histórica e linguística desses povos, imersos no contexto do ensino. Os resultados revelaram a relação amalgamada entre culturas afro-indígenas e o Museu do Marajó. Sobretudo, a cosmologia do caboclo marajoara, fruto de miscigenação, do contato interétnico de povos que resistiram à opressão colonial na Amazônia.

Biografia do Autor

Niceléia Muribeca da Cruz, UFT

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins, Campus Araguaína. Docente na Rede Estadual de Ensino - SEDUC/PA.

Maria José de Pinho, Univerdade Federal do Tocantins

Pós-Doutorado em Educação pela Universidade do Algarve-Portugal. Docente na Universidade Federal do Tocantins, atuando na graduação do Curso de Jornalismo, no Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Ensino de Língua e Literatura e no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação.

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Publicado
2020-09-14
Seção
Artigos