MATÉRIA FABULAR NA LITERATURA INDÍGENA: A ONÇA E O FOGO AND AS SERPENTES QUE ROUBARAM A NOITE
Abstract
Durante muito tempo as narrativas indígenas foram veiculadas nas comunidades por meio da oralidade, contudo, com o acesso a uma das principais tecnologias das pessoas não-indígenas, a escrita, os indígenas passaram a documentar suas histórias e a expandir o acesso a sua cultura também por meio do texto impresso, em particular, através do texto literário. Além da carga cultural presente nessas narrativas há também intencionalidade implícita, relacionada à denúncia e à reparação das condições marcadas pelo preconceito, a opressão e a violência que ainda perduram contra os povos originários desde a Colonização. Sem perder de vista essa perspectiva, o presente estudo baseia-se na reflexão sobre o conteúdo fabular presente em um conjunto de produções de autoria indígena que circulam no mercado editorial brasileiro, voltado ao público leitor infanto-juvenil. Com o intuito de concentrar a análise com base em um recorte temático elegemos a figuração da onça, nesse material. O estudo de caso considerou as produções As Serpentes que roubaram a noite de Daniel Munduruku (2001) e A Onça e o Fogo de Cristino Wapichana (2009).
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