ESCRE(VI)VER É TRAZER A MORTE NA PONTA DA LÍNGUA: MIL ROSAS ROUBADAS DE SILVIANO SANTIAGO
Abstract
Este trabalho tem por objetivo delinear uma (re)leitura homo-bio-ficcional do romance Mil rosas roubadas (2014), publicado pelo escritor Silviano Santiago, à luz, sobretudo, dos conceitos de amizade (DERRIDA, 2003) (ORTEGA, 2000), espectro (DERRIDA, 1994), escrevivência (EVARISTO, 2017) e sobrevida (DERRIDA, 1994). Para tal, nos valemos de uma metodologia eminentemente bibliográfica assentada na Crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2014) que, em linhas gerais, congrega os estudos pós-coloniais/descoloniais (MIGNOLO, 2003) e os crítico-biográficos (SOUZA, 2003). Dessa forma, os teóricos basilares para a reflexão ensejada são, dentre outros, Roland Barthes, Jacques Derrida, Conceição Evaristo, Walter Mignolo, Francisco Ortega, Juliano Garcia Pessanha e Eneida Maria de Souza. Como resultados esperados, buscamos explicitar uma discussão teórica acerca do conceito de (boa) amizade (política) e, ainda, tomar a sobrevida e os espectros como facetas elementares em nossa constituição biográfica atravessada por histórias escreviventes da perda/da morte propondo um entrecruzamento metafórico de vida/obra e realidade/literatura.
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