REPRESENTAÇÃO SOCIAL DAS MULHERES, RELAÇÃO DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE: O QUE AS COTAS TÊM A VER COM ISSO?

  • Grazielly dos Santos Germano Universidade Federal do Tocantins
  • Kênia Gonçalves Costa Universidade Federal do Tocantins
Palavras-chave: Gênero; Mulheres; Ações afirmativas; Cotas.

Resumo

A teoria das representações sociais há muito que enriquecer as discussões sobre gênero por intermédio desse conceito que pode abarcar o entendimento das mais diversas formas de manifestação das desigualdades, gênero, raça e classe, pois compreendem pensamentos, sentimentos, emoções, práticas, afetos e cognição, que se apresentam em constante mudança no tempo e na história (MOSCOVICI, 2003). Nesse âmbito, pretendeu-se refletir por meio do levantamento de literatura uma relação entre as representações sociais de gênero e a importância das cotas étnico-raciais para mulheres que fazem parte dos grupos subalternizados socialmente. Assim, discutiram-se as representações sociais das mulheres, destacando que elas são construídas por preconceitos e estigmas que cada mulher carrega em sua história de vida, particularmente, de acordo com o seu lugar social. Para isso, foram realizadas entrevistas por meio da metodologia da história oral com mulheres cotistas da Universidade Federal do Tocantins - Câmpus de Araguaína - TO e a partir desse enfoque foi construída uma articulação teórica às questões que emergiram nesse processo.

Biografia do Autor

Grazielly dos Santos Germano, Universidade Federal do Tocantins

Mestre em Estudos de Cultura e Território (2018) pela Universidade Federal do Tocantins e especialista (lato sensu) em Educação, Pobreza e Desigualdade Social (2017) pela mesma instituição. Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2013) onde trabalhou como monitora nos Laboratórios de Metodologia de Pesquisa em Psicologia, Psicologia Social e Psicopatologia no acompanhamento aos alunos, auxílio à docência e produções cientificas. Foi membra organizadora da Liga Acadêmica de Saúde Mental (LASME) na mesma instituição, promovendo grupos de estudos e seminários com temas relacionados à Saúde Mental em interface com a Saúde Pública. Atualmente, desenvolve projetos e pesquisa no grupo "Território, Memórias Coletivas e Trajetórias Sócioespaciais" que visa pesquisar as relações territoriais, ambientais, étnicas, socioculturais na Universidade Federal do Tocantins no Câmpus Cimba em Araguaína -TO.

Kênia Gonçalves Costa, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2014), onde também me titulei mestra em Geografia (2005), licenciada em Geografia (2007) e Bacharela em Geografia (2002). Além disso sou Técnica em Agrimensura pela Escola Técnica Federal de Goiás (1996). Desde 2014 estou vinculada ao Colegiado de Licenciatura em Geografia da Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus Araguaína nas seguintes atividades: docente, membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e coordenadora do Laboratório de Ensino e Práticas em Geografia (LEPG). Desde 2017 também estou vinculada como docente/orientadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPPGCult) e desde 2018 atuo como pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Práticas e Saberes Agroecológicos (NEUZA). 

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Publicado
2019-04-03