DESONRA: O BIOPODER E A COERÇÃO SOBRE AS MULHERES

  • Paulo André Machado Kulsar Universidade Federal do Tocantins
Palavras-chave: Desonra. Biopoder. Machismo. Literatura Africana.

Resumo

Conforme Roland Barthes, a língua é um instrumento de poder e de coerção social. A literatura consegue se desvencilhar dessa opressão, contrariando o poder instituído através da ficção e do uso das palavras de forma a oferecer novos sentidos a elas, como também relacionando-as aos diversos saberes presentes na ciência. Foucault nos apresenta uma visão relacionada, o que ele chama de biopoder, que é o poder exercido sobre os corpos das pessoas, através de variadas formas de opressão e imposição. Um dos grupos sociais que mais sofre com o biopoder são as mulheres, que em quase todas as sociedades humanas são relegadas à subserviência. Este artigo busca analisar estas formas de imposição de força sobre as mulheres em Desonra, uma obra literária de Coetzee, cujo protagonista apresenta uma forte formação machista, acreditando que as mulheres são inferiores.

Biografia do Autor

Paulo André Machado Kulsar, Universidade Federal do Tocantins

Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1997 e 1999). Pós-Graduação lato sensu em Controle e Gestão Ambiental pela Universidade Santa Cecília. Especialização em Ética e Ensino de Filosofia pela Universidade Federal de Tocantins. Cursando Mestrado em Letras na Universidade Federal de Tocantins. Atuou como professor substituto e convidado no curso de Letras da Universidade Federal do Tocantins.

Referências

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Publicado
2019-05-02