IDEOLOGIA MILITARIZADA E CULTURA DA VIOLÊNCIA NAS COMUNIDADES ESCOLARES DO CONTEXTO AMAZÔNICO

Palavras-chave: Política Pública em Educação. Amazônia. Comunidade Escolar. Escolas Cívico-Militares, Militarização das escolas.

Resumo

O texto a seguir apresenta uma visão do projeto vigente no âmbito educacional denominado Programa de Escolas Cívico-Militares (PECIM) na Amazônia Legal (AL) tendo como referência a atuação do Estado investindo na gestão compartilhada com as forças armadas e auxiliares para atender as escolas classificadas em áreas de vulnerabilidade social. O PECIM foi implantado em 2020 e alcançou no cenário nacional o número mais expressivo de instituições escolares que decidiram adotar o modelo.  Até o final de 2022, a previsão é a implantação de 54 escolas na AL. A concepção pedagógica que privilegia a doutrinação militarizada em áreas de vulnerabilidade social é uma proposta educacional do Estado nacional que expõe os interesses político-ideológicos na região. A análise documental foi a proposta utilizada para extrair informações dos documentos legais que orientam o PECIM dentro de uma abordagem metodológica qualitativa para referenciar os marcos históricos que contextualizam o papel do Estado Nacional numa perspectiva crítico-reflexiva sobre combate à violência nas comunidades escolares e a ascensão da narrativa militar como projeto político educacional. 

Biografia do Autor

Laio Lopes, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Doutorando em Educação na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (PGEDA-UFAM). Mestre em Ensino pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).Graduado em Pedagogia (UERJ). 

Selma Suely Baçal de Oliveira, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). 

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Publicado
2024-04-22