“VENDENDO UMA BUCETA QUENTE”: OU BELL HOOKS, POR UM FEMINISMO NEGRO TRANSGRESSOR

Palavras-chave: Bell Hooks. Feminismo negro. Universidade. Transgressão. Pensamento crítico

Resumo

O texto traz a importância do pensamento da feminista negra estadunidense Bell Hooks (2019) para o pensamento negro e para a educação como lugar de emancipação e empoderamento do povo preto. Entendo que descolonizar a Universidade é o primeiro passo para pensarmos novos processos de subjetivação e engajar na luta contra o racismo para fazer da Universidade um espaço crítico, inclusivo e transgressor. Para esse movimento é necessário, a partir do meu ponto de vista enquanto negro e gay, pensar a Universidade, a descolonização de saberes, a desobediência epistêmica e propor novas práticas da transgressão na educação. Tenho em mãos uma abordagem metodológica a partir do feminismo negro, uma conversa entre mulheres pretas que pavimentaram esse terreno, tais como Patricia Hill Colins (2019), Audre Lorde (2019), Sueli Carneiro (2005), Grada Kilomba (2019) e Lélia Gonzalez (2018).

Biografia do Autor

Paulo Petronílio Petrot, Universidade de Brasília (UnB)

Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre em Literatura e em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É professor Associado II de Filosofia da educação da Universidade de Brasília em Brasília - Campus Planaltina-DF.

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Publicado
2024-02-21