BRINCADEIRA, JOGOS ANALÓGICOS E DIGITAIS: ENTRELAÇAMENTOS CONCEITUAIS

Palavras-chave: Games. Aprendizagem. Lúdico. Desenvolvimento.

Resumo

Neste trabalho temos o objetivo de caracterizar brincadeira, jogos analógicos e digitais, procurando diferenciá-los para apontar algumas funções que reforçam a importância dessas atividades no processo de desenvolvimento e de aprendizagem. Para tanto, procedeu-se a revisão literatura não sistemática para construir um referencial conceitual, por meio da busca por trabalhos acadêmicos relacionados aos temas, para realização da síntese das definições, caracterizações e discussões visando diferenciar os conceitos abordados. As brincadeiras são caracterizadas pela maior informalidade e pela valorização da imaginação e da interação social. Já os jogos estão mais relacionados às regras e desafios, por isso são considerados mais formais. Ambas as atividades são reconhecidas por contribuírem com o desenvolvimento e possuem importantes funções. Já os jogos digitais exploram os recursos digitais, combinando imagens, sons, movimentos e interatividade, com as características próprias do jogo como as regras, o desafio, o feedback de modo a criar experiências imersivas e engajadoras que podem ser utilizadas em diferentes contextos, especialmente na educação.

Biografia do Autor

Daniela Karine Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduada em Psicologia (pela UFSC), Graduada em Pedagogia (pela UDESC), Mestre em Educação (pela UFSC), Doutora em Educação (pela UFSC) e Pós-doutora em Educação e Psicologia (pela Universidade de Aveiro - Portugal). Atualmente é professora associada na Universidade Federal de Santa Catarina, na Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Metodologia de Ensino. Líder do graupo de Pesquisa Edumídia UFSC/CNPq. Bolsista Produtividade Pesquisador 2 CNPq.

Mariana Carreira Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduada em Pedagogia (pela UFSC), Mestre em Educação (pela UFSC). É professora na Elementary School Teacher in Idaho (Estados Unidos). 

Referências

ABT, Clark C. Serious games. New York: Viking Press, 1987.
CABRAL, Fátima. Entrevista. In 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes.Rio de Janeiro: Multirio, 2004. Disponível em: http://www.riosummit2004.com.br/entrevista.asp?id_noticias=401&idioma=por&forum. Acessado em 08 jun. 2019.
CAILLOIS, Roger. Man, Play and Games. University of Illinois Press, 2001. T BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 19-32.
CLAPARÈDE, Edouard. A escola e a psychologia experimental. São Paulo: Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1928.
COELHO, Patrícia M. F. Um mapeamento do conceito de jogo. Revista GeMinis, ano 2, n. 1, p. 293-311, 2011.
COURTNEY, Richard. Jogo, teatro & pensamento. Editora Perspectiva. São Paulo, 2006.
CSIKZENTMIHALY, Mihaly. Flow: The psychology of optimal experience. New York: Harper & Row, 1990.
EICHENBAUM, Adam, BAVELIER, Daphné, GREEN, C. Shawn. Video games: play that can do serious good. In: American Journal of Play, 2014, vol. 7, no. 1, p. 50-72.
EISENCHLAS, Susana A.; SCHALLEY, Andrea C.; MOYES, Gordon. Play to learn: self-directed home language literacy acquisition through online games. International Journal of Bilingual Education and Bilingualism, v. 19, n. 2, p. 136-152, 2016.
FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, M. L. M. e DALLA ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000. (Cadernos de Educação Básica, 6) p. 147-164.
GEE, James Paul. Bons video games e boa aprendizagem. Perspectiva, v. 27, n. 1, p. 167-178, 2009.
GEE, James Paul. Pleasure, Learning, Video Games, and Life: the projective stance. E–learning, v. 2, n. 3, p. 211-223, 2005.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 6. ed. São Paulo: Perpectiva, 2010.
JUUL, Jasper. What computer games can and can’t do. In: Paper presented at the Digital Arts and Culture Conference, Bergen, Noeway, 2000. Disponível em: . Acesso em: 29 ago. 2018.
KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
KOLOMYJEC, Bill, et al. The implications of a theory of play for the design of computer toys. In: 24th annual conference on Computer graphics and interactive technique, 1997, Los Angeles. Proceedings of the 24th annual conference on Computer graphics and interactive techniques. Los Angeles: SIGGRAPH 1997. Pgs.431-433.
KRÜGER, Fernando L. CRUZ, Dulce M. Os jogos eletrônicos de simulação e a criança. In: XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação – Campo Grande /MS – setembro 2001.
LEFFA, V. J.; BOHN, H. I.; DAMASCENO, V. D.; MARZARI, G. Q. Quando jogar é aprender: o videogame na sala de aula. In: Revista de Estudos Linguísticos, v. 20, n. 1, p. 209-230, jan./jun. 2012.
LEONTIEV, A. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: VIGOTSKY, Lev. S.; LURIA, Aleksandr R.; LEONTIEV, Aleksei N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001.
MATTAR, João; RAMOS, Daniela Karine. Metodologia da Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas, quantitativas e mistas. São Paulo: Grupo Almedina, 2021.
MCGONIGAL, Jane. A realidade em jogo. Rio de Janeiro: Best Seller, 2017.
MOITA, Filomena. Game On: jogos eletrônicos na escola e na vida da geração @. Campinas: Editora Alínea, 2007.
MRECH, L. M. A criança e o computador: novas formas de pensar. In: SANTOS, Santa Marli P. dos. (Org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis, 1997. p. 62-80.
NAKAMURA, Jeanne; CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. Flow theoty and research. In: LOPEZ, Shane J.; SNYDER, C. R. (Ed.). The Oxford handbook of Positive Psychology. 2. ed. Oxford University Press, 2009. p. 195-206.
PARLETT, David. The Oxford history of board games. New York: Oxford University Press, USA, 1999.
PRENSKY, Marc. Aprendizagem baseada em jogos digitais. Tradução de Eric Yamagute. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.
RAMOS, Daniela K.; KNAUL, Ana Paula; ROCHA, Aline. Jogos analógicos e digitais na escola: uma análise comparativa da atenção, interação social e diversão. Revista Linhas, v. 21, n. 47, p. 328-354.
SALEN, Katie; ZIMMERMAN, Eric. Regras do Jogo: fundamentos do design de jogos. São Paulo: Blucher, 2012.
SWEETSER, P.; WYETH, P. Game flow: a model for evaluating player enjoyment in games. Computers in Entertainment, v. 3, n. 3, jul. 2005.
VAN ECK, Richard. Digital Game-Based Learning: It's Not Just the Digital Natives Who Are Restless…. Educause Review, v. 41, n. 2, p. 16-30, 2006.
VIGOTSKY, Lev. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
Publicado
2023-11-09