GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E NARRATIVAS DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS
Resumo
A teoria da interseccionalidade, considerando a alteridade e a pluralidade inerentes às questões de gênero, em 2018 norteou a investigação com 9 coordenadores pedagógicos de uma rede de ensino localizada em um município de 86.764 habitantes, na região metropolitana do Vale do Paraíba Paulista e Litoral Norte, São Paulo, Brasil. Um dos objetivos foi compreender os incidentes críticos (acontecimentos marcantes) relacionados à diversidade de gênero e vivenciados pelos coordenadores. O método biográfico-narrativo, de abordagem qualitativa, orientou a investigação, que deu origem ao biograma (estrutura gráfica e cronológica), cuja sobreposição possibilitou identificar tais incidentes. Os resultados mostraram que eles se relacionam à experiência pessoal e impactam a atuação profissional, mas não surgem nela. Há, segundo os professores entrevistados, um silêncio sobre a diversidade de gênero nos processos formais de formação, indicando, mesmo em um contexto adverso, a urgência de se aprofundar os estudos sobre as estratégias para a atuação profissional.
Referências
ABA - Associação Brasileira de Antropologia. Manifesto pela igualdade de gênero na educação: por uma escola democrática, inclusiva e sem censuras. 2015. Disponível em: http://www.portal.abant.org.br/images/Noticias/Manifesto_Pela_Igualdade_de_Genero_na_Educacao_Final.pdf. Acesso em 15 de agosto de 2017
ASSIS, M.D.P.; CANEN, A. Identidade Negra e Espaço Educacional: vozes, histórias e contribuições do multiculturalismo, Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 123, Set/dez. 2004.
ÁVILA, M. A. Biograma profissional. procedimento metodológico para a aproximação ao singular e coletivo na pesquisa (auto)biográfica em educação. In: Eunice Cunico Furlanetto; Adair Mendes Nacarato; Terezinha Valim Oliver Gonçalves. (Org.). Espaços formativos, trajetórias de vida e narrativas docentes. Curitiba: CRV, 2018, v. 6.
BILGE, S. Théorisations féministes de l'intersectionnalité. Diogène, n. 1, p. 70-88, 2009.
BOLÍVAR, A. (Org.). Profissão professor: o itinerário profissional e a construção da escola. Bauru: EDUSC, 2002.
BOLÍVAR, A.; DOMINGO, J.; FERNÁNDEZ, M. La investigación biográfico-narrativa en educación: enfoque y metodologia. Madrid: La Muralla, 2001.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília. 1996.
BRASIL. MEC/SEB/Diretoria de fortalecimento Institucional de Gestão Educacional. Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública. Projeto de Especialização em Gestão Escolar (Lato Sensu). Projeto de Curso. Brasília: Revisado em maio de 2009.
BRASIL. Plano Nacional de Educação. Lei 13.005/2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE. Congresso. Brasília. 2014.
CARVALHO, M. R. V. de. Perfil do professor da educação básica. Brasília, DF : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2018. 67 p. – (Série Documental. Relatos de Pesquisa, ISSN 0140-6551; n. 41).
CASTRO, A. L. (Org.). Cultura contemporânea, identidades e sociabilidades: olhares sobre corpo, mídia e novas tecnologias [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 213 p. ISBN 978-85-7983-095-2. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Narrative inquiry: experience and story in qualitative research. San Francisco: Jossey-Bass Company, 2000.
CRENSHAW, K. W. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color. Stanford Law Review, 43(6),1991.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, v. 1, p. 11-37, 1995. Disponível em: http://escolanomade.org/wp-content/downloads/deleuze-guattari-mil-platos-vol1.pdf. Acesso em 30 de julho de 2018.
IBGE. Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010, Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/> Acesso em: 25 de agosto de 2018.
KOEHLER, S. Observatório de violências nas escolas: quem somos. 2016.
Disponível em: <http://www.lo.unisal.br/nova/observatorio2/atividades.html>. Acesso em: 30 de julho de 2016.
LARROSA. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.
MARCELO, C. A identidade docente: constantes e desafios. Formação docente. Belo horizonte, vol.1, n.1, p. 109-131, Ago-Dez. 2009.
NATIVIDADE, M.; OLIVEIRA, L. Religião e Intolerância à Homossexualidade: tendências contemporâneas no Brasil. In: SILVA, V. G. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Edusp. 2007.
NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Profissão professor. 2. ed. Porto: Porto Editora, 1995.
NÓVOA, A. Os professores e a sua profissão. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
OLIVEIRA, A. V. de. A Expressão Constituinte do Feminismo: por uma retomada do processo liberatório da mulher. Dissertação. PUC: Rio de Janeiro. 2007.
PIMENTA, S. G. Formação de professores: saberes da docência e da identidade do professor. IN: FAZENDA, Ivani (org.). Didática e interdisciplinaridade. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998.
PLACCO, V. M. N. de S. (Org.). O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2010.
PLACCO, V. M. N. de S. et al. O coordenador pedagógico (CP) e a formação de professores: intenções, tensões e contradições. São Paulo, Revista Estudos e Pesquisas Educacionais, n. 2, Fundação Victor Civita, 2011.
PLACCO, V. M. N. de; SOUZA, V. L. T. de; ALMEIDA. L. R. de. O coordenador pedagógico: aportes à proposição de políticas públicas. Caderno de Pesquisa. [online]. vol.42, n.147, p.754-771. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742012000300006&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 18 de junho de 2016.
RIBEIRO, M. Mulheres negras brasileiras: de Bertioga e Beijing. Revista Estudos Feministas. n. 2, p. 446-457. 1995.
RODRIGUES, C. Atualidade do conceito de interseccionalidade para a pesquisa e prática feminista no Brasil. X Seminário Internacional Fazendo Gênero, Anais eletrônicos. Florianópolis. 2013.
SEFFNER, F. Equívocos e armadilhas na articulação entre diversidade sexual e
politícas de inclusão escolar. In: JUNQUEIRA, R. Diversidade sexual na Educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. (Org.). Brasília: MEC/Secad/Unesco, 2009. Pl 125-139.
SILVA, S. M. P. da. Decifra-me! Não me devore! Gênero e sexualidade nas tramas das lembranças e nas práticas escolares. Tese. USP: São Paulo. 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-15022016-091113/pt-br.php. Acesso em 17 de julho de 2016.
SZYMANSKI, H. (Org.). A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. Brasília, DF: Liber Livro, 2004.
TARDIF, M.; VENÂNCIO. A. O.; CORDEIRO. A. F. M. Coordenador pedagógico, trabalho docente na SAP e as dificuldades no processo de escolarização. Barbarói - UNISC: Santa Cruz do Sul, n.41, jul./dez. 2014.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).