"MORENA": A EPISTEMOLOGIA FEMINISTA NEGRA CONTRA O RACISMO NO TRABALHO DE CAMPO

  • Camila Daniel Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Feminismo Negro. Etnografia. Imigração Peruana. Autocuidado.

Resumo

Como acadêmica, negra, mulher e brasileira desenvolvendo práticas etnográficas multisituadas entre Brasil, Peru e Estados Unidos, me deparo com a urgência de discutir as potencialidades, mas também os perigos deste método para minha segurança. O encontro entre diferentes universos simbólicos necessariamente provoca tensões e incômodos tanto para o antropólogo, quanto para seus interlocutores. Tal realidade se assevera quando o lugar do pesquisador, tradicionalmente ocupado por homens brancos, é ocupado por uma mulher negra. Diante de uma experiência de racismo que vivi no campo, encontrei no feminismo negro ferramentas teóricas e políticas para lidar com as emoções que senti, mudar minha prática de pesquisa, revisitar minha história pessoal e produzir esta análise, que nos permite repensar a Antropologia. Neste processo, o autocuidado assume uma papel central como critério para avaliar situações de perigo e agir sobre elas, o que implicou inclusive romper o contato com interlocutores que me discriminavam.

Biografia do Autor

Camila Daniel, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutora em Ciências Sociais (PUC-Rio). Professora adjunta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

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Publicado
2019-11-18