O ENSINO DE PRODUÇÃO DE TEXTO POR MEIO DA RETEXTUALIZAÇÃO DE CAUSOS

  • Gleiciane Rosa Vinote Rocha UFRRJ
Palavras-chave: Produção de texto. Oralidade. Escrita. Gênero causo.

Resumo

Este trabalho tem como objetivos refletir sobre as dificuldades encontradas para trabalhar a produção textual na educação básica e também propor possibilidades para superá-las por meio de uma sequência didática com a finalidade de reduzir marcas de oralidade inadequadas presentes nos textos escritos, levando para a sala de aula de um oitavo ano os processos de retextualização propostos por Marcuschi (2010) e o contínuo recomendado por Bortoni-Ricardo (2004). Assim, os alunos puderam refletir sobre as semelhanças e diferenças entre as modalidades falada e escrita, respeitando as características do gênero textual em questão, por meio da retextualização de causos orais em escritos. Tendo como base estudos feitos também por Fávero (2014), Bakhtin (2003), Schneuwly e Dolz (2011), Rojo (2009) e nas considerações dos PCN (1998). Foi possível observar a ampliação da competência da escrita, além do resgate cultural de práticas discursivas locais.

Biografia do Autor

Gleiciane Rosa Vinote Rocha, UFRRJ

Doutoranda em Língua Portuguesa pela UERJ e Mestra em Letras pela UFRRJ. Leciona desde 2007. É, atualmente, vinculada à SEEDUC/RJ e à Prefeitura de Rio Claro (RJ). Professora autora de planos de aula de Língua Portuguesa da Revista Nova Escola; coautora de projeto vencedor do Prêmio Educador Nota 10 em 2019; vencedora do Prêmio Curumim da FNLIJ em 2019; Vencedora do Prêmio Paulo Freire da Alerj em 2019; finalista do Prêmio Educador Nota 10 em 2011 e 2018; coautora de projeto vencedor estadual do Prêmio Professores do Brasil em 2018; vencedora do Prêmio Diário de Inovações do Instituto Porvir em 2018; 4º lugar no Prêmio Construindo a Nação - Práticas Transformadoras, do Instituto da Cidadania Brasil, nível nacional e 1º lugar no Prêmio Desafio Criativos da Escola, etapa municipal, em 2017; e vencedora regional (Região Sudeste) da 8a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fundação Oswaldo Cruz, em 2016. 

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Publicado
2020-02-04