A [SUB]REPRESENTATIVIDADE FEMININA NO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE GOIÁS

Palavras-chave: Representatividade. Mulheres. Magistratura. Poder Judiciário. Gênero.

Resumo

O presente trabalho problematiza a representatividade das mulheres no cargo de magistrado no Poder Judiciário do Estado de Goiás. Nesse sentido, partiu da proposta de análise de como o habitus constituído da subordinação das mulheres no espaço privado vem sendo reproduzido no Poder Judiciário brasileiro, de modo geral, e no goiano, em específico, resultando em uma dupla estratificação – horizontal e vertical. Isso significa que a atual forma de ingresso, promoção e indicação aos cargos contribuem para a perpetuação da dominação masculina. Para uma melhor compreensão do seu objeto, a pesquisa tem caráter qualitativo - quantitativo através da revisão bibliográfica e do levantamento documental do tema perante o judiciário goiano. As análises permitiram compreender que as mulheres são minoria em quantidade e em representação na magistratura. Sendo assim, entende-se que são necessárias medidas capazes de neutralizar as desigualdades estruturais que provocaram e que ainda provocam o déficit de representatividade de gênero no âmbito deste Poder.

Biografia do Autor

Laylla Nayanne Dias Lopes, Faculdade de Jussara (FAJ/GO)

Mestra em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP) pela Universidade Estadual de Goiás (2022); Graduada em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) – câmpus Cidade de Goiás (2022); Graduada em Pedagogia (2014); Graduada em História (2012). Atualmente, é Diretora do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário do Estado de Goiás e professora de Direito Tributário na Faculdade de Jussara (FAJ)/GO. 

Maria Carolina Carvalho Motta, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Doutora em Ciências Sociais no Centro de Estudos Latinoamericanos (ELA) pela UnB (2017) e Bolsista CAPES (2014/2017). Mestre em Direitos Coletivos e Cidadania pela Universidade de Ribeirão Preto (2011). Atualmente é professora adjunta, em regime de dedicação exclusiva, da Universidade Federal de Goiás (UFG) no Curso de Direito do câmpus Cidade de Goiás.

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Publicado
2024-10-04