A PEDAGOGIA DAS “CRIANÇAS ANORMAIS”: AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO BRASIL (1907-1935)
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar o aparecimento e o funcionamento das primeiras instituições de educação para crianças com deficiência intelectual no Brasil. No início do século XX, esses meninos e meninas passaram a ser denominados por psiquiatras, pedagogos e psicólogos de “anormais”, uma ampla categoria taxonômica que incluía desde as chamadas “idiotias”, “imbecilidades” até a “debilidade mental”. Em suma, tratava-se de uma que classificação que estigmava os indivíduos numa categoria inferior de vida, passíveis de serem submetidas aos interesses liberais de controle e higienização dos corpos, através das instituições disciplinares. O interesse médico na pedagogia desses jovens ia além dos discursos humanistas. Envolvia-se, entremente, com as políticas de higiene social, de manutenção da ordem e de segurança social, contra os supostos perigos da criminalidade e do desabastecimento de mão-de-obra. Assim, analisaremos a constituição e funcionamento do Pavilhão Bourneville (RJ), da Escola Pacheco e Silva (SP) e do Instituto Pestalozzi (MG).
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