O “JENIPAPO”: MANCHA MONGÓLICA, SABEDORIA POPULAR NORDESTINA E IDENTIDADE RACIAL NA MESTIÇAGEM

Palavras-chave: Mestiçagem. Mancha Mongólica. Jenipapo. Nordeste. Identidade Racial.

Resumo

O presente artigo pretende entender, de que maneira, o preconceito racial em locais do nordeste é naturalizado baseado em um simples reconhecimento da herança consanguínea negra e/ou indígena em um indivíduo, percebida a partir de um sinal de nascença, conhecido popularmente como Jenipapo e cientificamente como Mancha Mongólica. Neste trabalho, busca-se perceber como o pensamento social do século XIX demarca os princípios desse preconceito no Brasil. É importante destacar que o trabalho não pretende discutir o racismo em si, mas a mestiçagem e uma de suas consequências. Este tema será desenvolvido a partir do uso da cartografia social no Nordeste e da pesquisa qualitativa como instrumento de investigação, privilegiando a leitura e análise das fontes secundárias e primárias.

Biografia do Autor

Niara Oiara da Silva Aureliano, Programa de Pós Graduação em Relações Étnico-Raciais PPRER / CEFET-RJ

Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Jornalista graduada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Estuda Raça, Racismo, Mestiçagem, Identidade Racial no Nordeste brasileiro e Pensamento Social Brasileiro.

Nara Maria Carlos de Santana, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET RJ

Pós-Doutorada em História das Idéias Políticas CAPES - UFES (2016); Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2005) e Mestre em História pela UFF (1999). Atualmente é professora de História do Centro Federal de Educação Tecnólogica Celso Suckow da Fonseca (CEFET RJ), Unidade Petrópolis, no bacharelado de Turismo e no Mestrado em Relações Étnico-raciais e Mestrado Profissional em Filosofia.

Pamela Marcia Ferreira Dionisio, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET RJ

Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011), mestrado e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018). Atualmente é professora de Geografia EBTT do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Campus Maracanã, Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geografia e de Cartografia, com ênfase em Cartografia escolar, Geografia escolar, Cartografia social, Cartografia Básica e Geografia Humana.

Referências

Academia Nacional de Medicina. Disponível em: Acesso em: 29 mai. 2020.

ALMEIDA, Alfredo Wagner B. de. “Mapas situacionais e categorias de identidade na Amazônia”. In: ALMEIDA, Alfredo Wagner B. de; JUNIOR, Emmanuel de Almeida Farias. Povos e comunidades tradicionais: nova cartografia social. Manaus, 2013.

ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1989.

ARAUJO, Frederico Guilherme; HAESBERT, Rogério. Identidades e Territórios: questões e olhares contemporâneos. Ed. Access, Rio de Janeiro, 2007.

CALVO-GONZALEZ, Elena. Hemoglobinas variantes na área médica e no discurso cotidiano: um olhar sobre raça, nação e genética no Brasil contemporâneo. Saude soc. [online]. 2017, vol.26, n.1, pp.75-87. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902017000100075&script=sci_abstract&tlng=pt

CARVALHO, Maria Letícia de Alvarenga. Quilombo de Conceição das Crioulas. Belo Horizonte: FAFICH, 2016. 16 p. (Terras de quilombos).

CASCUDO, Luís da Câmara. História da Alimentação no Brasil. [1967] São Paulo: Global,2004.Acessado em: https://books.google.com.br/books?id=3CYnDwAAQBAJ& p rintsec=frontcover&hl=ptBR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

CHAPIN, Mac. “A identificação de obstáculos e busca de soluções”. Participatory Learning and Action, n. 54, Abril 2006.

COSTA, Sergio. O branco como meta: apontamentos sobre a difusão do racismo científico no Brasil pós-escravocrata. In: Estudos afro-asiáticos ; 28 (1-2-3): 47-68, 2006.

DAOU, Ana Maria. Notas do Curso de Seminário de Doutorado II, 2014.

DIONISIO, P. M. F. O legado do COMPERJ em Itaboraí: mudanças na paisagem e processos de desterritorialização. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia, Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2018. Rio de Janeiro, 2018.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime patriarcal. Rio de Janeiro: Maia & Schmidt, [1993] 1999. Disponível em: Acesso em 31 mai. 2020.

HERRERA, J. Cartografia Social. Universidad Nacional Cordoba, 2009.

HOBSBAWM, Eric. Nações e Nacionalismo - Desde 1870. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1991. Acesso em 29 mai. 2020.

Acesso em 30 mai. 2020.


Acesso em 31 mai. 2020.

LOBATÓN, Susana Barrera. “Reflexiones sobre Sistemas de Información Geográfica Participativos (sigp) y cartografia social”. Cuadernos de Geografia. N. 18, 2009, Bogotá, Colômbia.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

NEVES, R de CM; FIALHO, V. Nova Cartografia Social: Experiências Metodológicas e Repertório Confrontacional no Nordeste do Brasil. Disponível em: Acesso em 31 mai. 2019.

POOLE, Peter. “Existe vida depois da cartografia de posse?”. Participatory Learning and Action, n. 54, Abril 2006.

SEEMANN, J. “A Cartografia do Cotidiano, Mapas não Convencionais e um Atlas de Narrativas”. Geograficidade v.01, n.01, 2011.

SKIDMORE, Thomas. Brasil: De Getúlio a Castelo. 4º Ed. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1975.

OTTE, Georg. “Do Mito do Bom Selvagem” a Nova Mitologia. A crise da Cultura em Rousseau e Schiller. In: IPOTESI, Juiz de Fora, v.19, n.2, p. 12-18, jul./dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ipotesi/article/view/19516 Acesso em 28 mai. 2020.

VASCONCELOS, Cláudia Pereira. A construção da imagem do nordestino/sertanejo na constituição da identidade nacional. Paper apresentado no II ENECULT - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado de 03 a 05 de maio de 2006, na Faculdade de Comunicação/UFBA, Salvador-Bahia-Brasil.

VENTURA, Roberto. Estilo Tropical: História cultural e polêmicas literárias no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. 1991.

VIDAL, Marin. Seminário Cartografias Sociais e Território na América Latina. Paper apresentado na Mesa 4, Técnicas e linguagens da representação espacial: o território das culturas. IPPUR/UFRJ, Casa da Ciência, 23 de julho de 2010.
Publicado
2022-05-17