ANÁLISE DO CONTROLE JURISDICIONAL DE CONVENCIONALIDADE DAS LEIS A PARTIR DO JULGAMENTO CONJUNTO DOS RECURSOS EXTRAORDIÁRIOS Nº 466.343 E Nº 349.703 E DOS HABEAS CORPUS Nº 87.585 E 92.566 E A TESE DOMINANTE NO BRASIL

Palavras-chave: Controle de convencionalidade. Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Ordenamento jurídico.

Resumo

O artigo pretende compreender o status com que os tratados internacionais de direitos humanos ratificados e em vigor no Brasil adentram no ordenamento jurídico interno, sob a perspectiva do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é analisar o controle jurisdicional de convencionalidade das leis no país a partir do emblemático julgamento conjunto pelo Supremo Tribunal Federal dos REs nº 466.343 e nº 349.703 e dos Habeas Corpus nº 87.585 e nº 92.566. Para tanto, desenvolve-se uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, adotando enfoque teórico, priorizando como técnica de obtenção de dados a bibliográfica e a jurisprudência do STF. Confronta-se a tese do status de supralegalidade conferido aos tratados internacionais de direitos humanos aprovados com quórum simples de votação, prevalecente no STF, e a tese de que tais tratados possuiriam status constitucional independentemente da aprovação por quórum simples ou qualificado. Conclui-se apresentando o panorama atual da questão no Brasil.

Biografia do Autor

Ana Paula Ribeiro Soares, UFT

Mestranda em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos (PPGPJDH) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Gustavo Paschoal Teixeira de Castro Oliveira, PPGPJDH - UFT

Doutor em Direito, professor do Mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos (PPGPJDH) da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Professor da Graduação em Direito do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA) e da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS).

Vinícius Pinheiro Marques, PPGPJDH - UFT

Doutor em Direito, professor da Graduação em Direito e do Mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos (PPGPJDH) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

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Publicado
2020-03-16
Seção
Artigos