ARTEFATOS E UNIDADES DE MEDIDAS UTILIZADAS NO COTIDIANO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA KALUNGA DO MIMOSO EM ARRAIAS-TO

Résumé

A Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso é reconhecida por sua história, cultura, tradições, saberes e fazeres, que são utilizados na construção de artefatos e na padronização de unidades de medidas para as atividades cotidianas. Neste sentido, a questão de pesquisa deste artigo é: Quais são os artefatos e as unidades de medidas utilizadas no cotidiano da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso? Para tanto, objetivamos investigar os artefatos e as unidades de medidas utilizadas no cotidiano da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso e a relação com a matemática acadêmica. O presente artigo possui uma abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de recolha de informações a pesquisa etnográfica e a entrevista semiestruturada a cinco famílias residentes na comunidade. O texto está organizado em quatro seções: a primeira, introdutória, aborda o lócus da pesquisa; a segunda, apresenta as concepções e abordagens da etnomatemática; a terceira, apresenta os artefatos e as unidades de medidas utilizadas no cotidiano da comunidade e a relação com a matemática acadêmica; por fim, a quarta, aborda considerações sobre os resultados da pesquisa que revelam que a Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso utiliza os saberes e fazeres matemáticos na construção dos artefatos e na utilização das unidades de medidas nas atividades cotidianas.

Bibliographies de l'auteur

Luciene Costa Santos, Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT)

Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) Professora da Educação Básica (SEDUC–TO), Arraias, Tocantins, Brasil.

Tadeu Oliver Gonçalves, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor Titular da Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor e pesquisador dos Programas de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM/IEMCI/UFPA); em Educação em Ciências e Matemática - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemáticas (REAMEC); e, do Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM)/UFNT, Belém, Pará, Brasil.

Elisângela Aparecida Pereira de Melo, Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT)

Doutora em Educação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora do Curso de Licenciatura em Matemática (UFNT); Professora pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM)/UFNT, Araguaína, Tocantins, Brasil.

Références

ALMEIDA, Maria da Conceição de. Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição. São Paulo: Livraria da Física, 2010.

ARAÚJO, S. R. E.; FOSCHIERA, A. A. As contradições entre a realidade socioeconômica da comunidade quilombola mimoso do kalunga e a garantia dos direitos legais de educação e território. Revista Pegada, v. 13, n.2, p. 203-227, dez.2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: 1988.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemátca: elo entre as tradições e a modernidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

FERNANDES, A. M. Louceiras de Arraias: do olhar etnomatemático à ecologia de saberes na Universidade Federal do Tocantins. 2016. 136 f. Tese. (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

FERNANDES, A. M.; SILVA, M. C.; SANTOS, L. C. Saberes Etnomatemáticos na construção de casas de adobe da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso. In: Santos, A. R. P. dos; Sthephani, A. D.; Santos, W. R. dos. (Orgs). Educação, cultura e etnodesenvolvimento: saberes em diálogo. Palmas: EDUFT, 2019, p. 63 -74.

FIORENTINI, Dario; LORENZATO, Sérgio. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. – 3. ed. rev. - Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

GOIÁS, Lei 11.409. Lei Ordinária do Estado de Goiás 11.409 de 21 de janeiro de 1991. Goiânia, GO: Palácio do Governo do Estado de Goiás: 1991

JESUS, E. A. A comunidade Kalunga do Riachão: um olhar Etnomatemático. Goiânia: Ed. UCG, 2007.

MACEDO, R. S. M.; MACEDO DE SÁ, S. M. A etnografia crítica como aprendizagem e criação de saberes e a etnopesquisa implicada: entretecimentos. Currículo sem Fronteiras, v.18, n.1, p.324-336, jan./abr. 2018. Disponível em: www.curriculosemfronteiras.org/vol18iss1articles/macedo-sa/pdf. Acesso em: 09 jun. 2021.

MENDES, I. A. Matemática e investigação em sala de aula: tecendo redes cognitivas na aprendizagem. ed. rev. e aum. – São Paulo: Editora Livraria da Física, 2009.

OLIVEIRA, M. M. de. Como fazer pesquisa qualitativa. 7. ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2016.

SILVA, M. C. Saberes e fazeres na construção de casas de adobe da comunidade remanescente de quilombo Kalunga do Mimoso. 2016. Monografia (Curso de Licenciatura em Matemática). Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2016.

Publiée
2024-10-04