INOVAÇÕES ORGANIZACIONAIS NO SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO PARA COMBATE À CORRUPÇÃO: EVIDÊNCIAS DO PRÊMIO INNOVARE
Résumé
A corrupção domina a opinião pública, o cenário político nacional e diversas ações exitosas de combate à corrupção foram implementadas. O Prêmio Innovare reconheceu, entre os anos 2004 a 2018, 131 práticas que aprimoraram a justiça brasileira, especificamente em relação ao combate à corrupção, que foram capazes de romper uma longa tradição de desinteresse social e impunidade em crimes de corrupção e promoveram importantes mudanças no cenário social e jurídico brasileiro, cumprindo com eficiência o combate à corrupção. O objetivo geral foi compreender as inovações organizacionais implementadas no âmbito do sistema de justiça brasileiro, que permitiram a produção de resultados exitosos no combate à corrupção, por meio de pesquisa de natureza qualitativa e com abordagem metodológica descritiva. Entende-se que o enfrentamento eficiente da corrupção é possível pela implementação de importantes mudanças administrativas que permita a constituição de um ambiente organizacional propício ao desenvolvimento de inovações nas rotinas e procedimentos administrativos. Esta pesquisa contribui para o avanço da teoria de inovação organizacional, identificando inovações organizacionais para o combate à corrupção, que dependem de cada caso, das peculiaridades de cada organização, desde que sejam capazes de gerar relevante valor social. Portanto, como proposta de estudos futuros, sugere-se estudo de casos em outras instituições investigativas, como a Polícia Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, a Controladoria Geral da União e as Corregedorias.
Références
ABDI, K.; SENIN, A. A. Investigation on the Impact of Organizational Culture on Organization Innovation. Journal of Management Policies and Practices, v. 2, n. 2, p. 01-10. 2014.
AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. Corrupção e controles democráticos no Brasil. Economic Commission for Latin America and the Caribbean, 2011. Disponível em https://repositorio.cepal.org/handle/11362/28145. Acesso em: 14 jul. 2020.
BIRKINSHAW, J.; HAMEL, G.; Mol, M. J. Management innovation. Academy of Management Review, v. 33, n. 4, p. 825–845. 2008.
BRUSONI, S.; VACCARO, A. Ethics, technology and organizational innovation. Journal of Business Ethics, v. 143, n. 2, p. 223–226. 2017. https://doi.org/10.1007/s10551-016-3061-6
DAFT, R. L. A Dual-Core Model of organizational innovation. Academy of Management Journal, v. 21, n. 2, p. 193–210. 1978.
DAMANPOUR, F. Organizational innovation: a meta-analysis of effects of determinants and moderators. Academy of Management Journal, v. 34, n. 3, p. 555–590. 1991.
DAMANPOUR, F.; ARAVIND, D. Managerial innovation: conceptions, processes, and antecedents. Management and Organization Review, v. 8, n. 2, p. 423–454. 2012.
EVANGELISTA, R.; VEZZANI, A. The economic impact of technological and organizational innovations. A firm-level analysis. Research Policy, v. 39, n. 10, p. 1253–1263. 2010.
FILGUEIRAS, F. A tolerância à corrupção no Brasil: Uma antinomia entre normas morais e prática social. Opinião Pública, v. 15, n. 2, p. 386–421. 2009.
GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 3, p. 20–29. 1995.
HAGE, J. T. Organizational innovation and organizational change. Annual Review of Sociology, v. 25, n. 1, p. 597–622. 1999.
HECKER, A.; GANTER, A. The influence of product market competition on technological and management innovation: firm-level evidence from a large-scale survey: the influence of product market competition on technological and management innovation. European Management Review, v. 10 n. 1 , p. 17–33. (2013).
HUNTINGTON, S. P. A ordem politica nas sociedades em mudança. Forense-universitária, 1975.
INNOVARE. Prêmio Innovare: Premiando boas práticas, [s.d.]-a. Disponível em: https://www.premioinnovare.com.br/. Acesso em: 27 nov. 2018.
KIMBERLY, J. R.; EVANISKO, M. J. Organizational innovation: the influence of individual, organizational, and contextual factors on hospital adoption of technological and administrative innovations. Academy of Management Journal, v. 24 n. 4, p. 689–713. 1981.
LITCHFIELD, R. C.; FORD, C. M.; GENTRY, R. J. Linking Individual Creativity to Organizational Innovation. The Journal of Creative Behavior, v. 49, n. 4, p. 279–294. 2015.
OECD. Oslo Manual: Proposed Guidelines for Collecting and Interpreting Technological Innovation Data. 2nd Edition—OECD, 2005. Disponível em: http://www.oecd.org/sti/inno/oslomanualproposedguidelinesforcollectingandinterpretingtechnologicalinnovationdata2ndedition.htm. Acesso em: 29 nov. 2018.
SACCOL, A. Z. Um retorno ao básico: compreendendo os paradigmas de pesquisa e sua aplicação na pesquisa em administração. Revista de Administração da UFSM, v. 2, n. 2, p. 250–269. 2009.
SAPPRASERT, K.; CLAUSEN, T. H. Organizational innovation and its effects. Industrial and Corporate Change, v. 21, n. 5, p. 1283–1305. 2012.
SCHUMPETER, J. A. Teoria do Desenvolvimento Econômico. Fundo de Cultura, 1959.
TETHER, B.; TAJAR, A. The organisational-cooperation mode of innovation and its prominence amongst European service firms. Research Policy, v. 37, n. 4, p. 720–739. 2008.
VOLBERDA, H. W.; VAN DEN BOSCH, F. A. J.; MIHALACHE, O. R. Advancing management innovation: synthesizing processes, levels of analysis, and change agents. Organization Studies, v. 35, n. 9, 1245–1264. 2014.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).