INOVAÇÕES ORGANIZACIONAIS NO SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO PARA COMBATE À CORRUPÇÃO: EVIDÊNCIAS DO PRÊMIO INNOVARE

Abstract

A corrupção domina a opinião pública, o cenário político nacional e diversas ações exitosas de combate à corrupção foram implementadas. O Prêmio Innovare reconheceu, entre os anos 2004 a 2018, 131 práticas que aprimoraram a justiça brasileira, especificamente em relação ao combate à corrupção, que foram capazes de romper uma longa tradição de desinteresse social e impunidade em crimes de corrupção e promoveram importantes mudanças no cenário social e jurídico brasileiro, cumprindo com eficiência o combate à corrupção. O objetivo geral foi compreender as inovações organizacionais implementadas no âmbito do sistema de justiça brasileiro, que permitiram a produção de resultados exitosos no combate à corrupção, por meio de pesquisa de natureza qualitativa e com abordagem metodológica descritiva. Entende-se que o enfrentamento eficiente da corrupção é possível pela implementação de importantes mudanças administrativas que permita a constituição de um ambiente organizacional propício ao desenvolvimento de inovações nas rotinas e procedimentos administrativos. Esta pesquisa contribui para o avanço da teoria de inovação organizacional, identificando inovações organizacionais para o combate à corrupção, que dependem de cada caso, das peculiaridades de cada organização, desde que sejam capazes de gerar relevante valor social. Portanto, como proposta de estudos futuros, sugere-se estudo de casos em outras instituições investigativas, como a Polícia Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, a Controladoria Geral da União e as Corregedorias.

Author Biographies

Isabelle de Baptista , Universidade Federal de Mato Grosso: Barra do Garças, MT, BR

Doutora em Administração (2019). Mestre em Direito (2010). Graduação em História (2001) e Direito (2005). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: direitos fundamentais, administração pública, tribunal de contas, advogado e princípio da supremacia do interesse público; bem como em inovação no setor público.

Priscila Rezende da Costa , Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho (PPGA UNINOVE)

Doutora em Administração pela Universidade de São Paulo, FEA USP, 2012. Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo, FEA RP USP, 2007. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Lavras, UFLA, 2005. Atualmente é diretora do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Nove de Julho, PPGA UNINOVE. É bolsista produtividade em pesquisa, CNPq - PQ 2, e professora dos cursos de Mestrado e Doutorado em Administração, Linha de Inovação e Gestão Tecnológica. Também na UNINOVE é professora do curso de Graduação em Administração, preside o Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação (CLAA) do Programa de Educação Tutorial (PET) e atua na coordenação técnica e acadêmica do Programa Escola da Ciência e do Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade (SINGEP). Foi Coordenadora do Curso de Graduação em Administração da UNINOVE, 2010-2014. É editora chefe do International Journal of Innovation (IJI) e editora associada do Innovation & Management Review (IMR). É líder de Grupo de Pesquisa do CNPq, intitulado Estratégia de Inovação, e no âmbito do grupo coordenou projetos de pesquisa financiados pelo CNPq (Projeto CNPq Universal n° 422922/2018-8 e Projeto CNPq Ciências Sociais n° 471875/2014-7) e pela FAPESP (RTI 2019/20222-4). Também participa dos seguintes grupos de pesquisa do CNPq: Inovação e Sustentabilidade (UNINOVE); Núcleo de Estudos da Inovação e Competitividade (NEIC/FEI); e Núcleo de Pesquisas em Inovação, Gestão Empreendedora e Competitividade (INGTEC/USP), atuando no Projeto FAPESP n° 2017/25364-6. Tem experiência na área de Administração e seus principais temas de pesquisa são: cooperação empresa-universidade, capacidades dinâmicas, capacidade relacional, capacidade absortiva e internacionalização da inovação. 

Claudia Brito Silva Cirani, Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho (PPGA UNINOVE)

Possui doutorado em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / Universidade de São Paulo - ESALQ / USP (2009), mestrado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e graduação em Economia pela Universidade Estadual de Londrina (2003). É docente do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho - PPGA / UNINOVE (Conceito CAPES 5). Tem experiência na área de Gestão, com ênfase em Inovação Tecnológica, atuando principalmente com gestão tecnológica e inovação, inovação social, política de apoio à inovação, e inovação para sustentabilidade.

References

ABDI, K.; SENIN, A. A. Investigation on the Impact of Organizational Culture on Organization Innovation. Journal of Management Policies and Practices, v. 2, n. 2, p. 01-10. 2014.

AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. Corrupção e controles democráticos no Brasil. Economic Commission for Latin America and the Caribbean, 2011. Disponível em https://repositorio.cepal.org/handle/11362/28145. Acesso em: 14 jul. 2020.

BIRKINSHAW, J.; HAMEL, G.; Mol, M. J. Management innovation. Academy of Management Review, v. 33, n. 4, p. 825–845. 2008.

BRUSONI, S.; VACCARO, A. Ethics, technology and organizational innovation. Journal of Business Ethics, v. 143, n. 2, p. 223–226. 2017. https://doi.org/10.1007/s10551-016-3061-6

DAFT, R. L. A Dual-Core Model of organizational innovation. Academy of Management Journal, v. 21, n. 2, p. 193–210. 1978.

DAMANPOUR, F. Organizational innovation: a meta-analysis of effects of determinants and moderators. Academy of Management Journal, v. 34, n. 3, p. 555–590. 1991.

DAMANPOUR, F.; ARAVIND, D. Managerial innovation: conceptions, processes, and antecedents. Management and Organization Review, v. 8, n. 2, p. 423–454. 2012.

EVANGELISTA, R.; VEZZANI, A. The economic impact of technological and organizational innovations. A firm-level analysis. Research Policy, v. 39, n. 10, p. 1253–1263. 2010.

FILGUEIRAS, F. A tolerância à corrupção no Brasil: Uma antinomia entre normas morais e prática social. Opinião Pública, v. 15, n. 2, p. 386–421. 2009.

GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 3, p. 20–29. 1995.

HAGE, J. T. Organizational innovation and organizational change. Annual Review of Sociology, v. 25, n. 1, p. 597–622. 1999.

HECKER, A.; GANTER, A. The influence of product market competition on technological and management innovation: firm-level evidence from a large-scale survey: the influence of product market competition on technological and management innovation. European Management Review, v. 10 n. 1 , p. 17–33. (2013).

HUNTINGTON, S. P. A ordem politica nas sociedades em mudança. Forense-universitária, 1975.

INNOVARE. Prêmio Innovare: Premiando boas práticas, [s.d.]-a. Disponível em: https://www.premioinnovare.com.br/. Acesso em: 27 nov. 2018.

KIMBERLY, J. R.; EVANISKO, M. J. Organizational innovation: the influence of individual, organizational, and contextual factors on hospital adoption of technological and administrative innovations. Academy of Management Journal, v. 24 n. 4, p. 689–713. 1981.

LITCHFIELD, R. C.; FORD, C. M.; GENTRY, R. J. Linking Individual Creativity to Organizational Innovation. The Journal of Creative Behavior, v. 49, n. 4, p. 279–294. 2015.

OECD. Oslo Manual: Proposed Guidelines for Collecting and Interpreting Technological Innovation Data. 2nd Edition—OECD, 2005. Disponível em: http://www.oecd.org/sti/inno/oslomanualproposedguidelinesforcollectingandinterpretingtechnologicalinnovationdata2ndedition.htm. Acesso em: 29 nov. 2018.

SACCOL, A. Z. Um retorno ao básico: compreendendo os paradigmas de pesquisa e sua aplicação na pesquisa em administração. Revista de Administração da UFSM, v. 2, n. 2, p. 250–269. 2009.

SAPPRASERT, K.; CLAUSEN, T. H. Organizational innovation and its effects. Industrial and Corporate Change, v. 21, n. 5, p. 1283–1305. 2012.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do Desenvolvimento Econômico. Fundo de Cultura, 1959.

TETHER, B.; TAJAR, A. The organisational-cooperation mode of innovation and its prominence amongst European service firms. Research Policy, v. 37, n. 4, p. 720–739. 2008.

VOLBERDA, H. W.; VAN DEN BOSCH, F. A. J.; MIHALACHE, O. R. Advancing management innovation: synthesizing processes, levels of analysis, and change agents. Organization Studies, v. 35, n. 9, 1245–1264. 2014.

Published
2021-09-28