A ETNOGRAFIA NO ESTUDO DO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

Résumé

O presente artigo tem por objetivo discutir a utilização da Etnografia Educacional como base metodológica para investigar o cotidiano da Educação Antirracista. Fazendo uso da pesquisa bibliográfica tivemos como suporte teórico Gomes (2017, 2010), Regis (2015), Mattos (2011a, 2011b), André (2009), dentre outros. Diante do estudo compreendemos que a demanda por uma Educação Antirracista não se expressa unicamente pela Lei nº 10.639/2003, mas fundamenta-se na trajetória do Movimento Negro, de forma que para conhecer o cotidiano da Educação Antirracista temos na Etnografia Educacional uma metodologia capaz de dar vazão à complexidade da temática ao mesmo tempo que reconhece sua filiação com a realidade das populações negras. Contudo, é preciso ter clareza metodológica, ter fidelidade às características básicas da Etnografia, trazendo para as pesquisas educacionais tanto o rigor científico como a poésis numa correlação com a vida que pulsa na realidade do contexto de inserção e nas vivências dos interlocutores.

Bibliographies de l'auteur

Fausto Ricardo Silva Sousa, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Formação Docente em Práticas Educativas – PPGFOPRED, da Universidade Federal do Maranhão - UFMA.  Professor da rede pública municipal de Educação de Açailândia - Maranhão.   Membro   do   grupo   de   pesquisa   Diálogos   Interculturais   e   Práticas   Educativas - DIPE. 

Herli de Sousa Carvalho, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Professora do Programa de Pós-Graduação em Formação Docente em Práticas Educativas - PPGFOPRED, Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Membro   do   grupo   de   pesquisa   Diálogos   Interculturais   e   Práticas   Educativas – DIPE. 

Références

ANDRÉ, Marli Eliza D. A. de. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 2009.

ARROYO, Miguel G. Pedagogias em movimento – o que temos a aprender dos movimentos sociais? Currículo sem Fronteiras, v. 3, n. 1, p. 28 – 49, jan/jun 2003. Disponível em: www.curriculosemfronteira.org/vol3iss1articles/arroyo.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.

BRASIL. Lei nº 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394/1996. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 9 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 02 dez. 2019

BRASIL. Lei nº 11.645/2008, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394/1996, modificada pela Lei n 19.639/2003. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 10 mar. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 02 dez. 2019.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC/SEPPIR, 2004. Disponível em: https://www.uel.br/projetos/leafro/pages/arquivos/DCN-s%20-%20Educacao%20das%20Relacoes%20Etnico-Raciais.pdf. Acesso em: 20 dez. 2020.

CRUZ, Mariléia dos Santos. Uma abordagem sobre a história da educação dos negros. In: ROMÃO, Jeruse (org.). História da educação dos negros e outras história. Brasília: MEC/Secad, 2005. p. 21-33. Disponível em: http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/historia_educacao_negro.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.

GOMES, Nilma Lino. Diversidade étnico-racial e educação no contexto brasileiro: algumas reflexões. In: GOMES, Nilma Lino (Org.). Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 97-110.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

MATTOS, C. L. G. Estudos etnográficos da educação: uma revisão de tendências no Brasil. In: MATTOS, C. L. G. CASTRO, P. A. (Org.). Etnografia e educação: conceitos e usos. [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011a. p. 25-48. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/8fcfr/pdf/mattos-9788578791902.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020.

MATTOS, C. L. G. A abordagem etnográfica na investigação científica. In: MATTOS, C. L. G. CASTRO, P. A. (Org.). Etnografia e educação: conceitos e usos. [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011b. p. 49-72. Disponível em: https://static.scielo.org/scielobooks/8fcfr/pdf/mattos-9788578791902.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. 4 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

REGIS, Kátia Evangelista. O ensino de História e cultura africana e afro-brasileira no Brasil e da história e cultura africana e local em Moçambique: desafios e possibilidades. In: MÜLLER, T. M. P., COELHO, W. de N. B., FERREIRA, P. A. B. (Org.). Relações étnico-raciais, formação de professores e currículo. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2015. p. 75-100.

VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: VELHO, Gilberto. Um antropólogo na cidade: ensaios de antropologia urbana. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. p. 69-79

Publiée
2022-05-12