TRÍPLICE OPRESSÃO NA VIDA DAS MULHERES NEGRAS

Palavras-chave: Mulheres Negras. Educação Antirracista. Interseccionalidade. Descolonização. Tríplice Opressão.

Resumo

Neste artigo, apresenta-se a reflexão sobre a questão interseccional, pautada nas categorias raça, gênero e classe, e a suas implicações na vida das mulheres negras, a partir do pensamento de intelectuais negras, que abordam o (re)pensar em uma educação decolonial. As questões do racismo científico e do epistemicídio mostram-se um ponto importante a ser discutido pois, em decorrência das mazelas do período colonial e do racismo estrutural, são as mulheres negras que acumulam os piores indicadores sociais no Brasil até os dias de hoje. Por causa da discriminação racial e de gênero, as mulheres negras sofrem com a não validação de serem consideradas sujeitas detentoras e produtoras de conhecimentos. Dessa forma, a implementação de políticas públicas e ações afirmativas includentes, com a dimensão das disparidades raciais e gênero, são essenciais para materializar uma educação transformadora, decolonial e contra as tendências acadêmicas eurocentradas.

Biografia do Autor

Lara Miguel Batista, Universidade de Taubaté

Graduada em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mestra em Educação, pelo programa Mestrado Profissional em Educação pela Universidade de Taubaté. 

Juliana Aparecida de Oliveira Pereira Ferreira, Universidade de Taubaté

Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista. Professora. Musicista. Mestra em Educação, pelo programa Mestrado Profissional em Educação pela Universidade de Taubaté.

Virginia Mara Próspero da Cunha, Universidade de Taubaté

Doutora e Mestre em Educação:Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Docente do Mestrado Profissional em Educação da Universidade de Taubaté.

Juliana Marcondes Bussolotti, Universidade de Taubaté

Graduação em Escola de Comunicação e Artes pela Universidade de São Paulo. Pós-graduação lato sensu em Designer Instrucional pela Universidade Federal de Itajubá. Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista. Atualmente é pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (pós-doc Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe - TerritoriAL).

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Publicado
2022-09-28