TRÍPLICE OPRESSÃO NA VIDA DAS MULHERES NEGRAS

Lara Miguel Batista; Juliana  Aparecida de Oliveira Pereira Ferreira; Virginia  Mara Próspero da Cunha; Juliana Marcondes Bussolotti

Lara Miguel Batista Universidade de Taubaté https://orcid.org/0000-0003-0638-1492
Juliana Aparecida de Oliveira Pereira Ferreira Universidade de Taubaté https://orcid.org/0000-0003-0796-2934
Virginia Mara Próspero da Cunha Universidade de Taubaté https://orcid.org/0000-0002-1919-5480
Juliana Marcondes Bussolotti Universidade de Taubaté https://orcid.org/0000-0002-8560-0974

Abstract

Neste artigo, apresenta-se a reflexão sobre a questão interseccional, pautada nas categorias raça, gênero e classe, e a suas implicações na vida das mulheres negras, a partir do pensamento de intelectuais negras, que abordam o (re)pensar em uma educação decolonial. As questões do racismo científico e do epistemicídio mostram-se um ponto importante a ser discutido pois, em decorrência das mazelas do período colonial e do racismo estrutural, são as mulheres negras que acumulam os piores indicadores sociais no Brasil até os dias de hoje. Por causa da discriminação racial e de gênero, as mulheres negras sofrem com a não validação de serem consideradas sujeitas detentoras e produtoras de conhecimentos. Dessa forma, a implementação de políticas públicas e ações afirmativas includentes, com a dimensão das disparidades raciais e gênero, são essenciais para materializar uma educação transformadora, decolonial e contra as tendências acadêmicas eurocentradas.

Author Biographies

Lara Miguel Batista, Universidade de Taubaté

Graduada em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Mestra em Educação, pelo programa Mestrado Profissional em Educação pela Universidade de Taubaté.

Juliana Aparecida de Oliveira Pereira Ferreira, Universidade de Taubaté

Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista. Professora. Musicista. Mestra em Educação, pelo programa Mestrado Profissional em Educação pela Universidade de Taubaté.

Virginia Mara Próspero da Cunha, Universidade de Taubaté

Doutora e Mestre em Educação:Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Docente do Mestrado Profissional em Educação da Universidade de Taubaté.

Juliana Marcondes Bussolotti, Universidade de Taubaté

Graduação em Escola de Comunicação e Artes pela Universidade de São Paulo. Pós-graduação lato sensu em Designer Instrucional pela Universidade Federal de Itajubá. Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista. Atualmente é pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (pós-doc Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe - TerritoriAL).

References

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade / Carla Akotirene. -- São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é Racismo Estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.
ASSIS, Dayane N. Conceição de. Ebook Interseccionalidades / Dayane N. Conceição de Assis. - Salvador: UFBA, Instituto de Humanidades, Artes e Ciências; Superintendência de Educação a Distância, 2019. Disponível em: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30892 Acesso em: 20 abr. 2020.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. 2005. 339 f. (Tese de doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, USP, 2005.
CRENSHAW, KIMBERLÉ. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Rev. Estud. Fem. [online]. 2002, vol.10, n.1, pp.171-188. ISSN 1806-9584. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011 Acesso em: 14 abr. 2020.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. 1º. Ed. São Paulo: Boitempo, 2016.
DAVIS, Angela. Uma autobiografia. Tradução de Heci Regina Candiani. 1ª.Ed. São Paulo: Boitempo, 2019.
EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
EVARISTO, Conceição. Olhos d´água/ Conceição Evaristo. – 1. Ed. – Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2016.
GOMES, N.L. O movimento negro no Brasil: ausências, emergências e a produção dos saberes. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 10, n. 18, p. 133-154, 2011.
GONZALES, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244. Disponibilidade em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acesso em: 09 jul.2020.
hooks, bell. Intelectuais Negras. Revista de Estudos Feministas. Florianópolis, v. 3, n. 2, 1995. Disponibilidade em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16465/15035. Acesso em: 05 nov.2020.
hooks, bell. Abraçar a mudança: o ensino num mundo multicultural. In: Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade/ bell hooks; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. – 2. Ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017. p. 51-63.
IPEA- Retrato das desigualdades de gênero e raça (2015). Disponível em: . Acesso em: 07 abr.2020.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, n. 3, v. 22. Florianópolis, jan. 2015. Disponível em < https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755/28577> Acesso em 20 de abril de 2021.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade nacional Versus Identidade Negra. Petrópolis: Ed.Vozes, 1999.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
Racismo: cotas e ações afirmativas – 46 personalidade Em entrevista sobre o tema../Organizador: Maurício Pestana. São Paulo: Editora Anita Garibaldi em co-edição com a Fundação Maurício Grabois, 2014.
Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça – 20 anos. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/170306_apresentacao_retrato.pdf . Acesso em: 24 abr.2020.
SANTOS, S. Boaventura. Pela Mão de Alice. São Paulo: Cortez Editora, 1995.
SCHWARCZ, L. K. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
XAVIER, Giovana. Você pode substituir mulheres negras como objeto de estudo por mulheres negras contando sua própria história/ Giovana Xavier. – Rio de Janeiro: Malê, 2019.
WALSH, C. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. F. (Org.). Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.
From the archives of the UCLA Communications Studies Department. Angela Davis speaking at UCLA 10/8/1969. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AxCqTEMgZUc. Acesso em: 24 nov. 2020.