DIALOGIA NO ROMANCE RICHTHOFEN, O ASSASSINATO DOS PAIS DE SUZANE
Résumé
Este artigo tem como objetivo investigar a dialogia no romance Richthofen: o assassinato dos pais de Suzane, de Roger Franchini, publicado no ano de 2011. O romance foi escrito a partir do caso policial que envolveu o brutal assassinato de Manfred e Marísia Richthofen, em outubro de 2002, planejado pela filha do casal, Suzane, e executado pelo então namorado dela, Daniel, e pelo irmão dele, Cristian. O caso ficou conhecido como Richthofen, alcançando as capas de jornais e os programas de televisão no Brasil e no exterior. A partir disso, busca-se especificamente analisar a presença de vozes sociais, com seus diferentes posicionamentos, pontos de vista e posturas ideológicas. O corpus ficcional da pesquisa abarca o romance, e a fundamentação teórica aborda alguns conceitos-chave e reflexões conceituais baseadas em Mikhail Bakhtin. Como principal resultado, verifica-se que há no romance uma voz, chamada por Bakhtin de autor-criador que “orquestra” as vozes e as consciências dentro do romance. Porém, cada voz e cada discurso têm autonomia e são reconhecíveis, com seus diferentes olhares sobre a vida e sobre viver em sociedade.
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