EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: POSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO OU O SILÊNCIO COMO BARBÁRIE
Résumé
Este artigo busca refletir sobre a concepção de educação e de formação na sociedade contemporânea a partir do referencial teórico de autores da Escola de Frankfurt, em especial Theodor Adorno [1903-1969] e Max Horkheimer [1895-1973]. Pretende compreender a ideia de autonomia do sujeito, em uma perspectiva kantiana de “maioridade intelectual”, contraposta aos aspectos econômicos e sociais advindos dos mecanismos ideológicos de dominação do capitalismo. A constituição desse sujeito, na lógica da razão instrumental, representada pela indústria cultural, se utiliza de instrumentos ideológicos capazes de destituir ou enfraquecer o indivíduo, bem como possibilita impedi-lo de realizar experiências formativas e de decidir autonomamente em relação às escolhas nessa sociedade. E, ademais, desconsidera as condições objetivas e subjetivas que orientam a ação humana no movimento sócio histórico. Nesse contexto, ao mistificar as ações e permitir a admissão e a expansão da racionalidade instrumental, há ofuscação do que seja formação para autonomia, conduzindo, assim, à (de)formação. E, em tempos da pandemia de Covid-19, resta prejudicada, cada vez mais, a formação humana.
Références
ADORNO, T. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995a.
________. Palavras e sinais – modelos críticos. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995b.
________. Sociologia. Gabriel Cohn (org.) e Florestan Fernandes (coord.) – SP: Ática, 1986.
________. Mínima morália: reflexões a partir da vida danificada.Trad. de Luiz Eduardo Bicca; revisão da trad. de Guido de Almeida. São Paulo: Ática, 1993.
FREUD, S. O futuro de uma ilusão. Tradução do alemão de Renato Zwick; Revisão e prefácio de Renata Cromberg; Ensaio biobliográfico de Paulo Endo e Edson Souza. São Paulo: L& PM Pocket, 2003. Capturado em www.Ipm.com.br em 21/04/2017.
__________. O mal estar na civilização: novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-1936). Tradução Paulo César de Souza. – São Paulo: Cia das Letras, 2010.
_________. Psicologia das massas e análise do eu (1920 – 1923).Tradução Paulo César de Souza – São Paulo: Cia das Letras, 2011.
HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. W. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
________________________________. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. 1947. Capturado em https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi01fHL3_3qAhVCILkGHYE0A6EQFjAAegQIBRAB&url=https%3A%2F%2Ffiles.cercomp.ufg.br%2Fweby%2Fup%2F208%2Fo%2Ffil_dialetica_esclarec.pdf&usg=AOvVaw2DqOGHjYUk3aNtKL2qTVTj, julho, 2020.
JAY, M. A imaginação dialética: história da Escola de Frankfurt e do Instituto de Pesquisas Sociais. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
LUKÁCS, Georg. História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MARX, Karl. O Capital. Livro I. São Paulo: Nova Cultura, 1996.
MARX, K. Crítica à economia política. In: Contribuição para a crítica em economia política. Lisboa: Estampa, 1973.
______. O capital: crítica da economia política. Tradução de Reginaldo Sant’Anna. 12 ed.- Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1980. V. I.
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Tradução de conceição Jardim e Eduardo Nogueira. Lisboa: Presença/Martins fontes, 1976.2 v.
NEUVALD, L. e GUILHERMETI, P. A semiformação no curso de pedagogia: uma reflexão introdutória. Capturado em http:// coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/026E4/pdf., maio, 2017.
PINTO, Rômulo Fabriciano Gonzaga. As contribuições da educação crítica para a emancipação do sujeito toxicômano. 2016. 236 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.
ZANOLLA, Sílvia Rosa da Silva. Teoria Crítica e Educação: considerações acerca do conceito de práxis. Educativa (UCG), v. 5, p. 107-118, 2002.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).