EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: POSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO OU O SILÊNCIO COMO BARBÁRIE
Abstract
Este artigo busca refletir sobre a concepção de educação e de formação na sociedade contemporânea a partir do referencial teórico de autores da Escola de Frankfurt, em especial Theodor Adorno [1903-1969] e Max Horkheimer [1895-1973]. Pretende compreender a ideia de autonomia do sujeito, em uma perspectiva kantiana de “maioridade intelectual”, contraposta aos aspectos econômicos e sociais advindos dos mecanismos ideológicos de dominação do capitalismo. A constituição desse sujeito, na lógica da razão instrumental, representada pela indústria cultural, se utiliza de instrumentos ideológicos capazes de destituir ou enfraquecer o indivíduo, bem como possibilita impedi-lo de realizar experiências formativas e de decidir autonomamente em relação às escolhas nessa sociedade. E, ademais, desconsidera as condições objetivas e subjetivas que orientam a ação humana no movimento sócio histórico. Nesse contexto, ao mistificar as ações e permitir a admissão e a expansão da racionalidade instrumental, há ofuscação do que seja formação para autonomia, conduzindo, assim, à (de)formação. E, em tempos da pandemia de Covid-19, resta prejudicada, cada vez mais, a formação humana.
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