ANÁLISE DE DISCURSO: O DESAFIO DA CORPOREIDADE
Résumé
O texto discute o corpo como materialidade discursiva, a partir de trabalhos já constituídos no seio da Análise de Discurso, mas avança numa proposta analítica efetiva sobre o corporeidade, para além da materialidade imagética. Para isso, tanto lança mão de conceitos já clássicos nessa linha teórica, quanto propõe dois novos dispositivos analíticos: o de gesticulação e de gestualização, demonstrados em dois estudos de caso. O primeiro, em relação a uma dança popular urbana; o segundo, concernente a uma personagem muito popular da cidade de Salvador nos anos 60 e 70. O artigo conclui pela especificidade da análise discursiva da corporeidade, ainda que possa e deva dialogar com outras disciplinas que se ocuparam do corpo como tema.
Références
ACOGNY, P. As danças negras ou as veleidades para uma redefinição das práticas das danças da África. Rebento, São Paulo n.6. p. 131-136, mai. 2017
ASANTE, K.W.A. (Org). African Dance: an artistic, historical and philosophical inquiry. Trenton: Africa World Press, Inc., 1990.
COURTINE, J.J. Análise do Discurso Político: Discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos (SP): Edufscar, 2009.
COURTINE, J.J. (Org) Histoire du corps III. Les mutations du regard. Le XXe siècle. Paris: Éditions du Seuil, 2006.
COURTINE, J.J. O chapéu de Clementis: observações sobre a memória e o esquecimento na enunciação do discurso político. In: INDURSKI, F; FERREIRA, C. L. (org.). Os múltiplos territórios da Análise de Discurso. Porto Alegre, RS: Sagra Luzzatto. 1999.
COURTINE, J.J.; HAROCHE, C. História do Rosto: exprimir e calar suas emoções (do século XVI ao início do século XIX). Trad. Ana Moura. Teorema, Lisboa, Portugal, 1988.
DEFRANTZ, T. African American dance: a complex history. In: Dancing Many Drums: excavations in African American Dance. Wisconsin: The University Of Wisconsin Press, 2002.
A HISTÓRIA por trás da foto do menino negro de Copacabana. EL PAÍS, Madri, 11 jan. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/10/politica/1515601877_904004.html. Acesso em: 15 set. 2020.
FERREIRA, M. C. L. O Corpo como materialidade discursiva. REDISCO, Vitória da Conquista, v. 2, n. 1, p. 77-82, 2013.
FOUCAULT. M. Vigiar e Punir. Nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1999.
LACAN, J. Mais ainda. Seminário 20. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 1985.
LAGAZZI, S. M. A imagem do corpo no foco da metáfora e da metonímia. REDISCO – Revista Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo, v. v.2 n.1, p. 104-110, 2013
MACHADO, R. (Org.) Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
MAUSS, M. As técnicas do corpo. [1950]. São Paulo: EPU/EDUSP, vol.2, 1974.
FOTÓGRAFO encontra menino de imagem do réveillon que viralizou. O GLOBO, Rio de Janeiro, 7 jan. 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/fotografo-encontra-menino-de-imagem-do-reveillon-que-viralizou-22263317. Acesso em: 15 set. 2020.
ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999.
PÊCHEUX, M. O papel da memória. In: ACHARD, P. et al. O papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. 3. ed. Campinas: Pontes, 2010.
PÊCHEUX, M. Discurso: Estrutura ou Acontecimento. Campinas: Ed. Pontes, 2002
SALLES, A. O quadro cênico formulado pelo corpo-em-arte. In: CARROZZA, G.; ALVES, W. (Org). Os Sentidos da Corporeidade. A inscrição simbólica do corpo em discursos contemporâneos. Curitiba: Ed. Apris, 2019.
TUCKER, L. Lockstep na Dance: image of black men in popular culture. Mississippi: University Press of Mississippi, 2007.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).