TÁTICAS E ESTRATÉGIAS PARA A EDUCAÇÃO DURANTE A PANDEMIA: UM ESTUDO SOBRE O COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UFRGS
Résumé
A imposição do isolamento corporal e do fechamento físico das escolas exigiu adaptações e transformações das instituições de educação básica no que se refere às formas de contato e ações de ensino-aprendizagem. O objetivo deste estudo foi descrever e refletir sobre as táticas e estratégias do Colégio de Aplicação da UFRGS frente à necessidade de isolamento social e de manutenção das atividades de ensino. A teoria de Certeau foi utilizada para a análise das táticas e estratégias utilizadas pela escola nesse período. Como procedimentos metodológicos, utilizou-se de documentos públicos, cuja análise de conteúdo resultou em três categorias analíticas: os estudos dirigidos remotos, a inclusão digital, e o kit alimentação. Os resultados mostraram a transformação das táticas contra hegemônicas de combate à desigualdade social e o acesso à educação em estratégias de poder para a manutenção dos estudos remotos.
Références
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002, institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res1_2.pdf Acesso em: 21 set. 2020.
BRASIL. Portaria UFRGS nº 2286 de 17 de março de 2020. Para fins de intensificar as medidas de prevenção da transmissão da COVID-19. 2020b. Disponível em: http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/reitoria-institui-portarias-que-regulam-atividades-durante-periodo-de-suspensao-de-aulas. Acesso em: 24 jun. 2020.
BRITO, Maria Helena de Paula; et al. Escola, pobreza e aprendizagem: reflexões sobre a educabilidade. In: XII Congresso Nacional de Educação, 2015, Curitiba. Anais (online). Curitiba: EDUCERE, 2015.
CARDOSO, Cristiane Alves; FERREIRA, Valdivina Alves; BARBOSA, Fabiana Carla Gomes. (Des)igualdade de acesso à educação em tempos de pandemia:uma análise do acesso às tecnologias e das alternativas de ensino remoto. Revista Com Censo. v.7, n.3, p.38-46, 2020. Disponível em: http://www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso/article/view/929/554 Acesso em: 21 set. 2020.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1998.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Morar. Cozinhar. Petrópolis: Vozes, 1996.
CERTEAU, Michel de. La toma de la palavra (Mayode 1968). In: La toma de la palabra y otros escritos políticos. Ciudad de Mexico: Universidad Iberoamericana, A.C.,1968.
DOOLEY, L.M. Case Study Research and Theory Building. Advances in Developing Human Resources (4), 335-354, 2002.
DOSSE, François. Michel de Certeau: el caminhante herido. Ciudad de Mexico: Universidad Iberoamericana, A.C., 2003.
FERRAÇO, Carlos Eduardo; SOARES, Maria da Conceição; ALVES, Nilda. Michel de Certeau e as pesquisas nos/dos/com os cotidianos em Educação.Rio de Janeiro: Ed UERJ , 2018.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
MEIRINHOS, M.; OSÓRIO, A. O estudo de caso como estratégia de investigação em educação. EDUSER: Revista de educação, v. 2, n. 2, 2010. Disponível em: https://www.eduser.ipb.pt/index.php/eduser/article/view/24 Acesso em: 21 set. 2020.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Conceito de avaliação por triangulação de métodos. Em: M. C, Minayo, S. G, Assis, & E. R, Souza (Eds), Avaliação por triangulação de métodos. Abordagem de programas sociais (pp. 19-51). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discursiva. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2011.
NAKATA,Cláudio Hiroshi. Coronavírus: como a pandemia escancarou a desigualdade e paralisou a educação no Distrito Federal. Revista Nova Paideia -Revista Interdisciplinar em Educação e Pesquisa. v.2, n.3, p.72-83, 2020. Disponível em: http://novapaideia.org/ojs/ojs-2.4.8-3/index.php/RIEP/article/view/64/91 Acesso em: 21 set. 2020.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Certeau e as artes de fazer: as noções de uso, tática e trajetória na pesquisa em educação.In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda (Org). Pesquisa no/do cotidiano das escolas: sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
PORTO ALEGRE. Portaria 258/2020, de 16 de março de 2020. Determinações da Coordenação de Assistência Farmacêutica sobre o prazo de validade. Disponível em: http://dopaonlineupload.procempa.com.br/dopaonlineupload/3249_ce_20200316_executivo.pdf Acesso em: 24 jun. 2020.
RIO GRANDE DO SUL. Decreto nº 55.128, de 19 de março de 2020. Declara estado de calamidade pública em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202003/19125910-decreto-55-128-20.pdf Acesso em: 24 jun. 2020.
RODRÍGUEZ, G.; FLORES, J. G. Metodología de la investigación cualitativa. Málaga: Ediciones Aljibe, 1999.
SANTOS JÚNIOR, Verissimo Barros dos; MONTEIRO,Jean Carlos da. Educação e COVID-19: as tecnologias digitais mediando a aprendizagem em tempos de pandemia. Revista Encantar - Educação, Cultura e Sociedade. v.2, p.1-15, 2020. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/download/8583/pdf Acesso em: 21 set. 2020.
STAKE, R. Case Studies. In: DENZIN, Norman; LINCOLN, Yvonna. Handbook of qualitative research (pp. 236-247). Newsbury Park: Sage, 1994.
VASQUES, Daniel Giordani; OLIVEIRA, Victor Hugo Nedel. Iniciação científica na pandemia: uma análise dos estudos remotos ao ensino fundamental. Interfaces Científicas – Educação, v. 10, n. 1, 2020. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/9084 Acesso em: 24 set. 2020.
YIN, R. Applications of case study research. Beverly Hills, CA: Sage Publishing, 1993.
YIN, R. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).