A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO: VOZES NA ESCURIDÃO
Résumé
Este artigo busca descrever, pela voz da pessoa com deficiência visual, o processo de aprendizagem de conteúdos matemáticos no ensino médio, na cidade de Palmas em Tocantins. Para seu desenvolvimento, assumiu-se a abordagem qualitativa de caráter exploratório e descritivo, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa são ex-alunos do ensino médio que possuem baixa visão ou são cegos e cursaram o ensino médio na cidade de Palmas. Nas análises, as vozes revelam buscas pelo direito de estar na escola, perpassando por possibilidades e desafios para aprender conteúdos matemáticos vivenciados pelas pessoas com deficiência visual. O resultado apresenta um cenário no qual a exclusão, ainda, é realidade, mas a possibilidade de aprendizagem em matemática vai ganhando espaço enquanto direito dos estudantes no ensino médio com deficiência visual, um caminhar de desafios em prol de uma sociedade que intenta ser justa.
Références
AMIRALIAN, M. L. T. M. Compreendendo o cego: uma visão psicanalítica da cegueira por meio de desenhos-estórias. São Paulo: Casa do psicólogo, 2004.
ANTÔNIO, R. M. Teoria histórico-cultural e pedagogia histórico-crítica: o desafio do método dialético na didática. Maringá: IES, 2008.
BRASIL. PCN + Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2002.
______. Ministério da Educação. Decreto n. 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2004.
______. Orientações curriculares para o ensino médio: ciência da natureza, matemática e suas tecnologias. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2006.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Especial. Decreto n. 6.949 de 25 de agosto de 2009. Brasília, 2009.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Brasília: MEC/SEESP, 2015.
CRUZ, M. N. Desenvolvimento cognitivo em Vygotsky: entre os ideais da matemática e a harmonia da imaginação, 2005, Caxambu. Anais da Reunião Anual da ANPEd, 2005.
D’AMBROSIO, U. Educação matemática: da teoria à prática. Campinas, SP: Papirus, 1996.
DARDES, M. C. M. C. M. Deficiente visual – uma educação inclusiva. Revista Pandora Brasil, n. 24, v. 1, p. 1-12, 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2017.
FERRONATO, R. A construção de instrumento de inclusão no ensino da matemática. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
GALVÃO FILHO, T. A. Tecnologia assistiva para uma escola inclusiva [recurso eletrônico]: apropriação, demanda e perspectivas. Bahia: UFBA, 2009.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed. São Paulo. Atlas, 1991.
GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
PRODANOV, C. C.; Freitas, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul: Universidade FEEVALE, 2013.
ROLIM, C. L. A. A educação matemática e o poder: uma história a contrapelo. Revista Contrapontos, v. 16, n. 01, p. 62-77, 2016. Disponível em: <https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/7825/4864>. Acesso em: 19 mar. 2018.
SILVA, J. de M. A deficiência visual e a proteção à acessibilidade de informação no ordenamento jurídico brasileiro. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2011.
SVIECH, V. de F. O ensino de matemática na perspectiva do aluno cego: um estudo de caso. Mato Grosso: Sinop, 2009. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2018.
TAVARES, E. R. B. A pessoa com deficiência visual e o processo de aprendizagem em matemática: caminhos e descaminhos. 2018. 120f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2018.
VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
______. Fundamentos de defectología. Madri: Visor, 1997. (Obras Escogidas, v. 5).
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).